O senador Mitch McConnell, que há quase 17 anos lidera a bancada do Partido Republicano no Senado, anunciou, esta sexta-feira, que vai abandonar o cargo em novembro, depois das eleições presidenciais.

Um dos talentos mais subestimados da vida é saber quando é hora de passar para o próximo capítulo da vida”, disse o político republicano, eleito para o Senado (a câmara alta do Congresso dos EUA) pela primeira vez em 1985. “Este será meu último mandato como líder republicano do Senado”, revelou McConnell, que se emocionou ao anunciar a decisão, escreve a Associated Press, ao mesmo tempo que sublinhava a necessidade de ser dada oportunidade a uma nova geração de líderes.

O histórico senador republicana recusou a ideia de que a decisão de abandonar a liderança da bancada do Partido Republicana tenha sido motivada por questões de saúde. O senador, eleito pelo estado do Kentucky, sofreu uma queda em abril de 2023, que o afastou dos trabalhos parlamentares durante seis semanas. Depois, no verão do ano passado, Mitch McConnell protagonizou duas incidentes pouco comuns, que levantaram dúvidas sobre o estado de saúde do senador republicado e sobre a capacidade para continuar em funções.

Médico do Capitólio garante que McConnell não mostra indícios de AVC ou convulsões

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Em julho, ficou bloqueado, durante cerca de 20 segundos, enquanto fazia uma declaração aos jornalistas sobre a área da Defesa. Em agosto, deu-se um incidente semelhante, com McConnell a não conseguir responder à pergunta de um jornalista, no Kentucky. Em setembro, o médico do Capitólio, Brian P. Monahan afastou, no entanto, a possibilidade de McConnell ter sofrido um AVC ou algum tipo de lesão neurológica.

No entanto, apesar de deixar a liderança da bancada dos republicanos, McConnell, de 82 anos, garante que tenciona completar o mandato como senador, que termina apenas em janeiro de 2027.

McConnell estava cada vez mais pressionado pela ala trumpista do Partido Republicano, que queria uma mudança na liderança do partido no Senado. Recorde-se que McConnell se incompatibilizou com o ex-Presidente norte-americano por ter recusado alinhar na teoria — impulsionada por Trump — de que tinha havido fraude na eleição presidencial de 2020. O senador também criticou duramente o ex-Presidente a propósito da invasão do Capitólio, responsabilizando Trump pelo incidente que provocou a morte a cinco pessoas.