A agência policial europeia Europol anunciou este domingo o desmantelamento na Grécia de uma rede que fabricava documentos de identidade falsos para migrantes, pelos quais cobrava até 1.200 euros, e organizava a entrada irregular de pessoas na União Europeia.

Os documentos permitiam aos migrantes legalizar a sua estadia no país de destino final sem que as autoridades locais detetassem que eram falsos, devido à sua boa qualidade, detalhou a Europol em comunicado.

A organização, estabelecida em Atenas, tinha uma intensa atividade e usava equipamentos bastante sofisticados que incluíam dispositivos de impressão a laser, programas informáticos e ‘scanners’ para fazer documentos de viagem ou bilhetes de identidade falsos.

Por cada documento, os membros da organização cobravam entre 400 e 1.200 euros, em função do tipo de certificado e do país de origem do migrante.

No total, a polícia grega deteve 11 pessoas que alegadamente participavam nesta rede, três palestinianos, três letões, dois iranianos, dois sírios e um libanês.

As autoridades gregas desmantelaram quatro centros de impressão, onde apreenderam 4.650 documentos de identidade falsos, com um valor estimado em 600.000 euros, segundo cálculos publicados pela Europol.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os suspeitos também atuavam como traficantes, de acordo com a polícia, e organizavam diretamente a entrada irregular de migrantes por via aérea, cobrando 6.000 euros por pessoa para um “serviço completo”, incluindo bilhetes de avião.

Segundo a Europol, esta operação confirma que os grupos de traficantes utilizam cada vez mais documentos falsos para facilitar a entrada ilegal de migrantes na União Europeia (UE), ou mudar o seu estatuto de residência uma vez estabelecidos.

Entre os documentos falsos apreendidos, a polícia encontrou, entre outros, imitações de cartões espanhóis, alemães, italianos, belgas, neerlandeses, dinamarqueses, finlandeses, gregos, húngaros, suecos e eslovenos, bem como certificados de países de fora da UE, como Colômbia, Ucrânia ou Noruega.