Taiwan confirmou, esta sexta-feira, a presença de membros das Forças Especiais do Exército dos EUA, nas ilhas periféricas do arquipélago, onde estão estacionados para identificar “fraquezas” ou “pontos cegos” nas defesas do território reclamado por Pequim.
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, afirmou que a presença de tropas norte-americanas em território taiwanês faz parte de um “intercâmbio” e constitui uma “oportunidade de aprendizagem” para as forças armadas locais, num período de crescente tensão com a China continental.
Citado pela agência de notícias pública taiwanesa CNA, Chiu, disse que os intercâmbios permitem às duas partes, Taiwan e Estados Unidos, “observar” e “aprender uma com a outra”, acrescentando que em nenhum caso implicam uma proposta de compra de novo equipamento militar.
Chiu confirmou assim informações recentemente difundidas pela imprensa norte-americana de que Forças Especiais do Exército dos EUA, conhecidas como “Boinas Verdes”, estavam a treinar militares taiwaneses em centros de comando anfíbio nas ilhas Kinmen e Pescadores.
As ilhas Kinmen, situadas a poucos quilómetros da cidade chinesa de Xiamen, no sudeste do país, têm sido alvo de muitos incidentes entre a China e Taiwan, o último dos quais em 14 de fevereiro, quando dois pescadores chineses morreram após uma perseguição da Guarda Costeira de Taiwan.
O arquipélago dos Pescadores está situado no meio do Estreito de Formosa, a 50 quilómetros da ilha principal de Taiwan.
Em entrevista à televisão norte-americana CNN, em 2021, a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, confirmou pela primeira vez a presença de militares norte-americanos em solo taiwanês, embora na altura não tenha fornecido mais pormenores.
Taiwan – para onde o exército nacionalista chinês se retirou após ser derrotado pelas tropas comunistas na guerra civil (1927-1949) – é governada de forma autónoma desde o final da guerra.
A China reivindica a soberania da ilha, que considera uma província sua, e não exclui o recurso à força para “a reunificação”.
A questão de Taiwan é um dos principais pontos de fricção entre Pequim e Washington, uma vez que os Estados Unidos, são o principal fornecedor de armas a Taipé e comprometeram-se a defender a ilha em caso de conflito.