Doze municípios assinaram esta quarta-feira, na Póvoa de Lanhoso, um protocolo de cooperação com vista à criação do Caminho Português de Santiago de Leon de Rosmithal, que ligará concelhos do Minho e de Trás-os-Montes, anunciou fonte municipal.
Em comunicado, o município da Póvoa de Lanhoso refere que se trata de um caminho “que atravessa toda a região norte, desde Freixo de Espada à Cinta até Braga”.
Com uma extensão aproximada de 230 quilómetros, o caminho tem por base o registo da peregrinação que Leon de Rosmithal, Barão de Blatna, iniciou, a 26 de novembro de 1465, até ao túmulo do apóstolo Santiago Maior, em Santiago de Compostela, com passagem por Portugal.
“Este terá sido o itinerário privilegiado das populações entre o Minho e Trás-os-Montes e utilizado pela Comitiva de Leon de Rosmithal”, acrescenta o comunicado.
O itinerário ainda não se encontra sinalizado, mas já pode ser percorrido com recurso ao mapa GPS disponibilizado em GPX e KMZ.
O protocolo foi assinado pelas câmaras de Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Braga, Vila Flor, Murça, Alijó, Cabeceiras de Basto, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Mirandela, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta.
Assinaram ainda o Turismo do Porto e Norte de Portugal e a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago.
“Conseguimos, em cinco meses, fazer todo o trabalho de definição do traçado e isso só foi possível porque os 12 municípios estiveram envolvidos e comprometidos”, afirmou o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.
Frederico Castro sublinhou ainda a importância do projeto do ponto de vista cultural e histórico e o seu contributo para a dinamização económica da região atravessada pelo caminho.
“Para a Póvoa de Lanhoso e para grande parte destes municípios, é o primeiro Caminho de Santiago e é para nós uma referência que é decisiva também para a estratégia turística que temos de promoção do nosso território”, acrescentou.
Citado no comunicado, o presidente do Turismo Porto e Norte destacou a transversalidade territorial do projeto, assim como o trabalho conjunto para a criação deste novo produto, mas notou que “o caminho da certificação será longo e obriga a requisitos muito exigentes”.
“Este projeto tem potencial e atratividade para ser já, no presente, antes de esperar pela certificação, um itinerário cultural. Como itinerário cultural, pode já avançar e, no futuro, conseguir a certificação”, salientou Luís Pedro Martins.
Destacando o crescimento do mercado norte-americano nos Caminhos de Santiago em solo nacional, este responsável deu conta de que, em 2023, os números apontam para 450 mil peregrinos, 142 mil nos caminhos que percorrem o território português.