O ritmo de colocação de certificados de aforro está muito longe do que seria necessário para se chegar às projeções dos CTT para este ano. Os CTT reclamam, assim, as alterações das regras, nomeadamente os limites máximos de subscrição e mesmo nos níveis e remuneração.

“O principal risco que temos, face ao resultado que nos comprometemos entregar este ano, é colocar o que seria a nossa quota parte que está previsto no Orçamento do Estado”, declarou João Bento, presidente dos CTT, em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios. E por isso realça que a projeção de EBIT (resultado bruto) dada para este ano, de chegar aos 88 milhões de euros, foi feita com o pressuposto de que seriam colocados 3 mil milhões de dívida pública. “Estamos muito longe”, pelo que assume que no segundo trimestre “temos de fazer o que precisa de ser feito para lá chegarmos”.

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Para João Bento os certificados de aforro estão, agora, com falta de competitividade face aos depósitos e começam a ser mais atrativos para o Estado face ao custo da colocação de dívida pública junto de institucionais. “Achamos que os certificados vão voltar a ser competitivos”. Os CTT estão a trabalhar no lançamento do canal digital, tendo o IGCP já autorizado a campanha “para renovar o interesse pela poupança junto da população”.

No entanto, assume que as mudanças de regras feitas por Fernando Medina tiveram impacto e sugere alterar novamente alguns critérios. Essa mudança “terá prejudicado alguma dinâmica”. E por isso sugere que se eleve, novamente, o limite por conta que foi colocado em 50 mil euros; e que se muda a própria rentabilidade oferecida, “que perdeu competitividade e era preciso reganhá-la”. Além de haver outra dimensão, mais políticas, “de promover poupança”.

“Não falo em nome do Tesouro, mas aquilo que está aprovado é incompatível com os níveis de colocação atuais”.

Para este ano o Governo autorizou o IGCP a colocar até 7 mil milhões de euros. 

João Bento não teme a concorrência da banca neste produto, ainda que já a tenha, por considerar que para os bancos não é interessante, em termos de rentabilidade, colocar certificados de aforro face a outros produtos que têm.

Banco de Investimento Global (BiG) é, para já, o único banco, a participar na venda de certificados de Aforro, além dos CTT (e do AforroNet, do IGCP).

Só um banco vai (para já) ajudar o Estado a vender certificados de aforro