Muitas vezes, há imagens e ações que valem mais do que mil palavras. No final da derrota no Estoril, terceira em quatro encontros realizados esta temporada com os canarinhos, nenhum elemento do FC Porto prestou declarações a não ser Pinto da Costa, que se deslocou à sala de imprensa do António Coimbra da Mota para uma declaração sem direito a perguntas. No entanto, os vários cartões amarelos por protestos, a forma como os jogadores foram reagindo às decisões de António Nobre e a maneira como protestaram com a equipa de arbitragem no final diziam tudo – e diziam aquilo que acabou por transformar-se em comunicado.

A noite do adeus ao título de uma equipa perdida por extensão do seu treinador (a crónica do Estoril-FC Porto)

“Apesar de acharmos enquanto grupo de trabalho que na maioria das vezes o segredo para continuar está em remeter-nos ao silêncio digam o que disserem ou façam o que fizerem, depois da noite de ontem [sábado] o mínimo que podemos fazer, é alçar a voz da nossa revolta. O erro sempre existirá na vida e no futebol, mas não usarmos ou não sabermos usar os meios para os diminuir é só um atraso sem explicação”, começa por dizer o texto que foi sendo partilhado pelos jogadores azuis e brancos nas redes sociais ao longo do dia.

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[Ouça aqui a análise do ex-árbitro Pedro Henriques no Sem Falta da Rádio Observador]

Estoril – FC Porto. Arbitragem negativa no capítulo disciplinar

“Com tanta tecnologia, continuaremos nós futebol português na sombra das interpretações? Na sombra das dualidades? Tudo isto vai muito além de perder ou ganhar… Tudo isto vai muito além de saber perder ou saber ganhar. Esta revolta reside na forma leviana com que se erra e a única opção que nos dão é aceitar, calar e continuar. O futebol é uma pequena parte da sociedade, temos todos que aprender, melhorar e evoluir, mas para isso também temos que nos fazer ouvir”, acrescentou o mesmo texto, acompanhado da imagem do lance do penálti de Mangala sobre Francisco Conceição que acabou por ser depois revertido.

“O FC Porto foi ontem [sábado] escandalosamente prejudicado e perdeu por 1-0 no Estoril. Os autores do resultado foram o árbitro António Nobre – quatro dias depois de ser ridicularizado pela crítica internacional por uma prestação patética no Espanha-Brasil – e o videoábitro Tiago Martins – que na temporada passada impediu o FC Porto de ser campeão ao não o deixar vencer na receção ao Gil Vicente”, tinha defendido este domingo também a newsletter diária oficial do clube, a Dragões Diário. “No vídeo vê-se a cabeça de Francisco Conceição a fletir por causa da pancada de Mangala. Este é o primeiro contacto. Tudo o que se diga que não respeite o que as imagens mostram não passa de desonestidade intelectual. Considerar isto um erro claro e óbvio é muito grave”, tinha destacado também a conta do FC Porto Media na rede X.

“VAR devia preocupar-se em ser correto nas chamadas e não falsear resultados como hoje”, critica Pinto da Costa

“O senhor Tiago Martins já com o Gil Vicente nos fez perder um Campeonato. Tem a fama de ser o melhor VAR, e em vez de estar preocupado em fazer campanha, como fez no Dragão pelo senhor Fontelas Gomes, devia preocupar-se em arbitrar, em ser correto nas chamadas e não falsear resultados como hoje. Se isto não é penálti, só se for o Di María na Luz… Há que ter em atenção que o VAR não pode servir para árbitros desempregados ou reformados sem qualidade. E porque tem fama de que é o melhor, faz coisas destas e induz o árbitro em erro. Depois da má imagem que deixou internacionalmente em Madrid, no Espanha-Brasil, depois daquela vergonha, este árbitro não tinha condições. O FC Porto tem sido vergonhosamente prejudicado, sobretudo pelos VAR. Espero que o senhor Fontelas reflita e veja se realmente tem mão nisto. Se não tem é melhor dar lugar a outro”, acusara na véspera Pinto da Costa.