Os convidados começaram a chegar perto das 17h00 e os primeiros a entrar na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda foram os membros do Governo cessante de António Costa. Um espaço bem conhecido do Governo que se despediu esta terça-feira, pois era daí que eram feitas as comunicações do Executivo ao país durante a pandemia de Covid-19.
Pedro Reis, o ministro da Economia de Luís Montenegro, chegou bem antes da hora prevista para a cerimónia. Dos cessantes, o primeiro a chegar foi Duarte Cordeiro, seguido de Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva, João Cravinho e todos os outros ministros que ali deixaram de o ser.
Quem chegou pouco depois e fez uma pequena ronda para cumprimentar os presentes foi Carlos Moedas, o presidente da Câmara municipal de Lisboa. Mas houve uma exceção: Fernando Medina, o seu antecessor na liderança da autarquia lisboeta.
Os presentes cumprimentavam-se entre si, quando chegou a ordem para se sentar, consequência do rígido protocolo: primeiro entraria Luís Montenegro, o primeiro-ministro indigitado, seguido de António Costa, o primeiro-ministro cessante, José Pedro Aguiar-Branco, o presidente da Assembleia da República, e só depois o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Foi já depois de todos os 17 ministros terem jurado “solenemente pela sua honra que cumprirão com lealdade as funções que lhes forem confiadas”, que Marcelo e Montenegro discursaram.
O Chefe de Estado enviou recados ao Governo, sugerindo a Montenegro uma governação pisca-pisca, que faça acordos com o PS em questões de regime, mas que seja “aturado” em matérias como o OE nas negociações com o Chega.
Já Luís Montenegro tentou afastar ideia de que está a prazo, baixou as expectativas sobre dinheiro para gastar e definiu a corrupção como prioridade, num discurso durante o qual citou Luís Vaz de Camões e Sophia de Mello Breyner.
Terminados os discursos, seguiu-se uma nova ronda de cumprimentos, agora já todos direcionados ao novo Governo. Primeiro foi Marcelo Rebelo de Sousa a cumprimentar todo o novo Executivo e depois a vez de António Costa. Não faltaram também os apertos de mão e beijinhos dos familiares dos ministros recém empossados que se encontravam numa outra sala.
Silêncios, ausências e surpresas de uma posse à chuva. Assim começou o Governo de Montenegro
À saída, António Costa cumprimentou pessoalmente os representantes dos partidos ali presentes, além do PS, com abraços a todos eles: PAN, Chega, IL e PSD. Do lado das ausências, destaque para o líder do PS, Pedro Nuno Santo – os socialistas foram representados por Alexandra Leitão. Também a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, faltaram à cerimónia.
Na altura dos cumprimentos partidários, André Ventura ainda tentou travar algum diálogo com Montenegro, mas este não lhe deu muita atenção.
No final deste protocolo, Luís Montenegro cumprimentou todos os seus ministros e ainda teve tempo para um desabafo com Dalila Rodrigues: “Agora já estão todos os cumprimentos feitos, já podemos ir descansar que amanhã começa a sério”.