É um daqueles jogos que, não valendo títulos e não salvando temporadas, pode ajudar a curar feridas e a cimentar fases. No Olímpico, a Roma recebia a Lazio num dos mais históricos dérbis europeus e o facto de nenhuma das equipas estar a lutar pelo Scudetto não tirava um centímetro de intensidade, entusiasmo ou importância ao jogo.

Do lado da Roma, Daniele De Rossi procurava vencer o seu primeiro dérbi enquanto treinador e continuar na corrida pelo apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, algo que chegou a ser um horizonte distante ao longo da temporada. Do lado da Lazio e menos de um mês depois de ter substituído Maurizio Sarri, Igor Tudor procurava dar continuidade à vitória da semana passada contra a Juventus, depois de quatro jornadas seguidas a perder, e manter a equipa nas já difíceis contas da qualificação europeia.

“Há um desejo de vingança e temos de alimentá-lo. Jogar o dérbi como treinador muda algumas coisas, com os anos de jogadores comecei a gerir esse desejo, porque no início sofria com isso. Sinto-me calmo. Os rapazes estão a encarar bem o jogo, trabalham muito. Estamos a tentar dar equilíbrio, é um jogo que carregamos com a quantidade certa e sem ir longe demais. Não posso viver o dérbi apenas com recordações positivas quando o joguei no mesmo sítio durante 20 anos. Mas vou recordar o primeiro, quando o Mancini marcou com um toque de calcanhar. No final do jogo era o homem mais feliz do mundo. São coisas que não se esquecem”, disse De Rossi na antevisão da partida, sublinhando o facto de ter disputado 31 dérbis enquanto jogador e ao serviço dos giallorossi.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Assim, neste contexto, o treinador italiano lançava Dybala e El Shaarawy no apoio a Lukaku, com Pellegrini, Paredes e Cristante no meio-campo, com Rui Patrício e Renato Sanches a começarem ambos no banco. Na Lazio, Igor Tudor tinha Kamada e Isaksen nas costas de Immobile, com Vecino e Guendouzi no setor intermédio, e deixava o experiente Pedro na condição de suplente.

No Olímpico, o dérbi deste sábado ficou resolvido com um golo solitário do central Gianluca Mancini, que cabeceou forte e certeiro depois de um canto cobrado na esquerda no final da primeira parte (42′) e garantiu a vitória da Roma perante a Lazio, abrindo um fosso de nove pontos entre os dois rivais e mantendo os giallorossi na luta pela Liga dos Campeões. Mais de 20 anos depois do dérbi que recordou na antevisão, De Rossi voltou a ser o homem mais feliz do mundo graças a um golo de outro Mancini.