Os Estados Unidos da América (EUA) e o Japão reforçaram recentemente, numa cimeira em Washington, os seus laços militares. Numa conferência de imprensa esta quarta-feira, o Presidente norte-americano indicou, ao lado do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, que se trata de uma “aliança defensiva” que aumenta a “cooperação” e que consiste “apenas em defesa e prontidão”. No entanto, nem todos apreciaram este encontro — e a China veio publicamente mostrar o seu desagrado, sentindo-se “atacada e difamada”.

Em concreto, os Estados Unidos e o Japão anunciaram que vão modernizar as estruturas conjuntas de comando e controlo. Adicionalmente, os países, num esforço que conta também com a Austrália, vão criar uma nova arquitetura defensiva no Pacífico, fortalecendo a defesa aérea. Numa altura em que a invasão de Taiwan por Pequim paira no ar e a Coreia do Norte diz estar a preparar-se para a guerra, este plano tem como objetivo colocar Washington, Tóquio e Camberra numa melhor posição para responder a uma ameaça.

Por tudo isto, a China não poupou críticas a estes planos. Citada pela Agence France-Presse, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinesa, Mao Ning, lamentou que os EUA e o Japão tenham “atacado e difamado a China em assuntos marítimos e relativos a Taiwan”. Os dois países, prosseguiu a responsável, “interferiram de forma grosseira nos assuntos internos chineses e violaram seriamente as normas básicas das relações internacionais”.

“As relações entre os EUA e o Japão não deve ter como alvo ou prejudicar os interesses de outros países e não devem minar a paz regional e estabilidade”, criticou Mao Ning, insistindo que a China estava “muito insatisfeita” e se “opôs frontalmente” às ações defensivas norte-americanas e japonesas. Assim, Pequim já se queixou às representações diplomáticas daqueles dois países.

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Sobre Taiwan, a porta-voz reiterou que a soberania daquela ilha é “apenas um assunto interno” de Pequim e deixou uma garantia: “Não vamos permitir qualquer interferência de qualquer força externa”. No Mar do Sul da China, um dos pontos mais tensos entre as relações das autoridades chinesas com o Japão (e também com as Filipinas), Mao Ning assegurou que as ações chinesas estão de acordo com o “direito internacional”.

Sobre os exercícios militares que Pequim levou a cabo no passado dia 7 de abril no Mar do Sul da China, Mao Ning assegurou que o país possui uma “soberania indiscutível” na região. “A China vai continuar a tratar dos assuntos marítimos com todas as partes relevantes através do diálogo para salvaguardar a estabilidade no Mar do Sul da China”, disse a porta-voz.

Os Estados Unidos mostraram-se preocupados com as ações chinesas naquele região. Em resposta, após a cimeira com o primeiro-ministro do Japão, Joe Biden vai encontrar-se novamente, esta quinta-feira, com Fumio Kishida, juntamente com o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., num encontro a três.