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O ministro da Segurança Nacional de Israel, o ultranacionalista Itamar Ben Gvir, ameaçou esta quinta-feira que vai endurecer as condições dos palestinianos nas prisões israelitas, afirmando que os dias em que os “terroristas celebravam” na cadeia acabaram.
“Vou continuar a fazer com que as suas condições estejam dentro da lei e a endurecê-las ainda mais. Os dias em que os terroristas celebravam nas prisões acabaram”, disse o polémico ministro israelita na sua conta oficial na rede social X.
Ben Gvir respondeu desta forma à procuradora-geral de Israel, Gali Baharav-Miara, que recentemente solicitou esclarecimentos ao governo sobre o agravamento das condições dos detidos palestinianos desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há mais de seis meses.
Neste contexto, o governante criticou que Baharav-Miara “se comporta como se não vivesse no Estado de Israel e não tivesse visto o que aqueles malditos terroristas fizeram no dia 7 de outubro”, aludindo aos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas em território israelita, que provocaram quase 1.200 mortos e 240 reféns.
O ministro da Segurança Nacional acusou a procuradora de dar sinais de “uma profunda desconexão com o povo“, declarando: “Lamento desapontá-la, mas isso me não vai dissuadir”, concluiu Ben Gvir, conhecido pelas suas posições racistas e anti-islâmicas.
As declarações de Baharav-Miara ocorreram pouco depois da morte do proeminente prisioneiro palestiniano Walid Daqqa, que passou quase 40 dos seus 62 anos de vida em prisões israelitas.
Em retaliação ao ataque em outubro do Hamas, Israel lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o grupo palestiniano, que governa desde 2007 o pequeno enclave, que mergulhou numa grave crise humanitária.
Israel e Hamas estão a negociar um acordo, com a mediação do Egito, dos Estados Unidos e do Qatar, com vista a uma trégua no conflito, a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e a libertação de mais de uma centena de reféns em posse do Hamas em troca de detidos palestinianos nas cadeias israelitas.
Após uma trégua de uma semana no final de novembro, que permitiu a libertação de 80 reféns em troca de 240 prisioneiros palestinianos, todas as outras tentativas de negociação falharam desde então.