O antigo jogador de futebol e ator norte-americano, O. J. Simpson, morreu na quarta-feira aos 76 anos. No X (antigo Twitter), a família informou, esta quinta-feira, que o homem “sucumbiu à batalha contra o cancro”. “Estava rodeado dos filhos e dos netos”, lê-se ainda na publicação, que pede “privacidade” neste momento de “transição”.

Orenthal James Simpson nasceu em 1947, em São Francisco, cidade onde foi criado e passou a infância, e a sua vida ficou marcada por vários problemas com a Justiça. Com apenas 13 anos juntou-se ao gangue de rua “Persian Warriors” e esteve, durante pouco tempo, no centro de orientação jovem de São Francisco, segundo a CNN internacional.

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A sua vida mediática começou como running back no futebol americano universitário, quando conquistou o prémio de melhor jogador norte-americano. Simpson acabou por chegar à NFL e deixou a sua marca: foi o primeiro jogador a alcançar as duas mil jardas numa temporada (1973) e, na altura, tornou-se no segundo jogador de sempre com mais jardas ganhas.

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Aos 18 anos, casou-se com Marguerite Whitley e, no ano seguinte, nasceu a sua primeira filha: Arnelle Simpson. Em 1970, nasceu Jason Simpson e, em 1977, Aaren Simpson, a última filha do casal que se divorciou em 1979, depois de OJ ter começado uma relação extraconjugal com Nicole Brown. Aaren acabou por morrer em agosto de 1979, tendo-se afogado na piscina da família.

Simpson casou-se com Brown em 1985, cinco anos depois de ter abandonado o futebol americano profissional. O casal teve dois filhos: Sydney Brooke Simpson (nascida em 1985) e Justin Ryan Simpson (1988). Em 1986, morreu Jimmie Lee Simpson, pai de O. J. Simpson.

Em 1989, Simpson foi acusado de ter espancado a sua então esposa na noite de Ano Novo e, cinco meses depois, foi condenado em tribunal a dois anos de liberdade condicional e a 120 horas de serviço comunitário, entre outras medidas, por abuso conjugal. O casal divorciou-se em 1992, tendo tentado uma reconciliação no ano seguinte.

Em 1995, o homem escapou à condenação pelo homicídio da mulher, Nicole Brown Simpson, e do amigo Ronald Goldman (crime ocorrido a 12 de junho de 1994). Mas, em 1997, as famílias das duas vítimas levaram OJ a um tribunal civil – o antigo jogador de futebol americano foi obrigado a indemnizá-las em 25 milhões de dólares (aproximadamente 23,3 milhões de euros).

O seu julgamento teve uma cobertura jornalística e atenção pública nunca antes vista: um jogador da NFL e estrela de Hollywood — participou em várias séries e filmes depois de ter deixado a competição, como “The Naked Gun: From the Files of Police Squad!” — estava a ser acusada de matar duas pessoas. Foi absolvido, num processo que ficou marcado pelo tamanho das ‘luvas’ usadas no crime.

O julgamento e todos os passos do caso foram retratados na série “O. J. Simpson: American Crime Story”, lançada em 2016. A série conta com nomes como Sterling K. Brown, Cuba Gooding Jr. ou David Schwimmer no elenco e conquistou nove Emmys e dois Globos de Ouro. No total, a série foi nomeada 22 vezes para prémios.

A queda abrupta de O. J. Simpson foi transmitida em direto na televisão, que acompanhou a perseguição policial que conduziu à sua detenção e seguiu depois, avidamente, todas as incidências do julgamento, monopolizado pela componente racial.

Em 2007, voltou a ter problemas com a Justiça, depois de liderar um grupo de homens que assaltou um casino de Las Vegas. O objetivo? Resgatar troféus e recordações da sua carreira de grande valor monetário. Foi acusado de sequestro e assalto à mão armada e, em 2008, conheceu a sentença: 33 anos de prisão.

Dez anos depois, o antigo jogador de futebol norte-americano saiu em liberdade condicional da Lovelock Correctional Facility, no Nevada, por bom comportamento. Em fevereiro deste ano foi revelado publicamente que Simpson encontrava-se a lutar contra um cancro na próstata.

Notícia atualizada às 18h57