O antigo jogador de futebol e ator norte-americano, O. J. Simpson, morreu na quarta-feira aos 76 anos. No X (antigo Twitter), a família informou, esta quinta-feira, que o homem “sucumbiu à batalha contra o cancro”. “Estava rodeado dos filhos e dos netos”, lê-se ainda na publicação, que pede “privacidade” neste momento de “transição”.
On April 10th, our father, Orenthal James Simpson, succumbed to his battle with cancer.
He was surrounded by his children and grandchildren.
During this time of transition, his family asks that you please respect their wishes for privacy and grace.
-The Simpson Family
— O.J. Simpson (@TheRealOJ32) April 11, 2024
Orenthal James Simpson nasceu em 1947, em São Francisco, cidade onde foi criado e passou a infância, e a sua vida ficou marcada por vários problemas com a Justiça. Com apenas 13 anos juntou-se ao gangue de rua “Persian Warriors” e esteve, durante pouco tempo, no centro de orientação jovem de São Francisco, segundo a CNN internacional.
A sua vida mediática começou como running back no futebol americano universitário, quando conquistou o prémio de melhor jogador norte-americano. Simpson acabou por chegar à NFL e deixou a sua marca: foi o primeiro jogador a alcançar as duas mil jardas numa temporada (1973) e, na altura, tornou-se no segundo jogador de sempre com mais jardas ganhas.
https://twitter.com/financemose/status/1778448001133932906
Aos 18 anos, casou-se com Marguerite Whitley e, no ano seguinte, nasceu a sua primeira filha: Arnelle Simpson. Em 1970, nasceu Jason Simpson e, em 1977, Aaren Simpson, a última filha do casal que se divorciou em 1979, depois de OJ ter começado uma relação extraconjugal com Nicole Brown. Aaren acabou por morrer em agosto de 1979, tendo-se afogado na piscina da família.
Simpson casou-se com Brown em 1985, cinco anos depois de ter abandonado o futebol americano profissional. O casal teve dois filhos: Sydney Brooke Simpson (nascida em 1985) e Justin Ryan Simpson (1988). Em 1986, morreu Jimmie Lee Simpson, pai de O. J. Simpson.
Em 1989, Simpson foi acusado de ter espancado a sua então esposa na noite de Ano Novo e, cinco meses depois, foi condenado em tribunal a dois anos de liberdade condicional e a 120 horas de serviço comunitário, entre outras medidas, por abuso conjugal. O casal divorciou-se em 1992, tendo tentado uma reconciliação no ano seguinte.
Em 1995, o homem escapou à condenação pelo homicídio da mulher, Nicole Brown Simpson, e do amigo Ronald Goldman (crime ocorrido a 12 de junho de 1994). Mas, em 1997, as famílias das duas vítimas levaram OJ a um tribunal civil – o antigo jogador de futebol americano foi obrigado a indemnizá-las em 25 milhões de dólares (aproximadamente 23,3 milhões de euros).
O seu julgamento teve uma cobertura jornalística e atenção pública nunca antes vista: um jogador da NFL e estrela de Hollywood — participou em várias séries e filmes depois de ter deixado a competição, como “The Naked Gun: From the Files of Police Squad!” — estava a ser acusada de matar duas pessoas. Foi absolvido, num processo que ficou marcado pelo tamanho das ‘luvas’ usadas no crime.
????BREAKING: Accused wife murderer O. J. Simpson just passed away as a free man ⚠️ pic.twitter.com/JkA4i4cXN6
— Matt Wallace (@MattWallace888) April 11, 2024
O julgamento e todos os passos do caso foram retratados na série “O. J. Simpson: American Crime Story”, lançada em 2016. A série conta com nomes como Sterling K. Brown, Cuba Gooding Jr. ou David Schwimmer no elenco e conquistou nove Emmys e dois Globos de Ouro. No total, a série foi nomeada 22 vezes para prémios.
A queda abrupta de O. J. Simpson foi transmitida em direto na televisão, que acompanhou a perseguição policial que conduziu à sua detenção e seguiu depois, avidamente, todas as incidências do julgamento, monopolizado pela componente racial.
25 years ago today, OJ Simpson's Bronco chase kept interrupting a very physical Game 5 of the 1994 NBA Finals! pic.twitter.com/0f89MIjspl
— Ballislife.com (@Ballislife) June 17, 2019
Em 2007, voltou a ter problemas com a Justiça, depois de liderar um grupo de homens que assaltou um casino de Las Vegas. O objetivo? Resgatar troféus e recordações da sua carreira de grande valor monetário. Foi acusado de sequestro e assalto à mão armada e, em 2008, conheceu a sentença: 33 anos de prisão.
Dez anos depois, o antigo jogador de futebol norte-americano saiu em liberdade condicional da Lovelock Correctional Facility, no Nevada, por bom comportamento. Em fevereiro deste ano foi revelado publicamente que Simpson encontrava-se a lutar contra um cancro na próstata.
Notícia atualizada às 18h57