O cabeça de lista do Chega/Madeira às eleições regionais antecipadas, Miguel Castro, disse esta segunda-feira que o principal objetivo da candidatura é aumentar o grupo parlamentar, depois de o partido ter conseguido eleger quatro deputados há seis meses.
“As perspetivas são integrar um grupo de trabalho no parlamento regional e dar continuidade àquelas que são as nossas prioridades para os madeirenses e porto-santenses e continuar um trabalho que foi interrompido aos seis meses”, disse o responsável do Chega, após a entrega da lista de candidatos no Tribunal da Comarca da Madeira, no Funchal.
Miguel Castro salientou que as expectativas da candidatura para o sufrágio de 26 de maio “são as possíveis”, num contexto de pluralidade democrática que se evidencia nos três parlamentos de Portugal (Assembleia da República e assembleias legislativas regionais da Madeira e dos Açores).
“Queremos crescer, […] será um valor muito melhor se conseguirmos fazer crescer o grupo parlamentar”, afirmou.
Miguel Castro apelou à capacidade dos madeirenses para escolherem um governo que seja “profícuo” e que possibilite à Assembleia Legislativa da Madeira desenvolver o seu trabalho e “acabar a legislatura”.
O candidato defendeu ainda ser necessário “acabar de uma vez por todas com estas suspeitas que existem à volta dos vários candidatos”, acrescentando que a situação não se verifica apenas no PSD.
“O próprio PS também tem alguns dos seus próprios candidatos envolvidos em alguns processos que correm por aí e, portanto, nesta situação nunca devemos atirar pedras ao telhado dos outros”, salientou.
Para Miguel Castro, os madeirenses precisam de uma vez por todas de políticos “sérios”, independentemente de “serem quadros ou não, terem carreiras mais longas na política” regional.
Relativamente ao líder do PSD/Madeira e presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, o cabeça de lista do Chega considerou ser “um candidato que já à partida vem com suspeitas” para estas eleições e que o facto de ser arguido num processo de corrupção terá “peso no eleitorado”.
“O Chega é um partido de pessoas comuns, de pessoas que integram a sociedade civil e se veem representadas no partido, mas são pessoas sérias, que querem realmente fazer a diferença e que querem dar dignidade aos madeirenses e porto-santenses”, acrescentou ainda Miguel Castro.
A lista de candidatos do Chega integra também os deputados regionais cessantes Magna da Costa e Celestino Sebastião, os empresários Hugo Nunes e David Nóbrega, surgindo depois a licenciada em Educação Social Lília Faria.
Entre as oito candidaturas que conseguiriam eleger deputados nas regionais de setembro de 2023, a coligação PSD/CDS-PP Somos Madeira teve 58.394 votos (44,31%), o PS obteve 28.840 (21,89%), o JPP alcançou 14.933 (11,33%) e o Chega arrecadou 12.029 (9,13%)
Com a eleição de apenas um deputado, a CDU teve 3.677 votos (2,79%), a IL arrecadou 3.555 (2,70%), o PAN obteve 3.046 (2,31%) e o BE conseguiu 3.035 (2,30%).
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolveu o parlamento da Madeira e convocou eleições antecipadas para 26 de maio na sequência da crise política motivada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.
O Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN, está em gestão desde o início de fevereiro. O presidente do executivo, o social-democrata Miguel Albuquerque, pediu a demissão do cargo depois de ser constituído arguido no âmbito naquele processo e de o PAN lhe ter retirado a confiança política.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 24 de setembro do ano passado, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS obteve 11 mandatos, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN e BE elegeram um parlamentar cada.
O mapa oficial indica que o PTT teve 1.369 votos (1,04%), o Livre conseguiu 858 (0,65%), o RIR alcançou 727 (0,55%), o MPT arrecadou 696 (0,53%) e o ADN captou 617 (0,47%).