O chanceler alemão, Olaf Scholz, voltou a pedir nesta segunda-feira, na China, “igualdade de oportunidades” para as empresas alemãs, defendeu a concorrência leal e rejeitou a possibilidade de adotar medidas protecionistas contra os carros elétricos chineses.

“A questão da igualdade de oportunidades reveste-se de uma enorme importância: os direitos das empresas, condições de concorrência leal, acesso aos concursos públicos. Tem que haver acesso aos concursos públicos [na China]“, defendeu Scholz em Xangai, a “capital” económica do país asiático, após ter reunido com representantes de empresas.

Scholz acrescentou que quando se deslocar a Pequim, na terça-feira, vai abordar o assunto com o Presidente chinês, Xi Jingping, com quem, para além das questões geopolíticas, vai falar sobre as condições para uma concorrência leal, a transformação ecológica e os investimentos que são “essenciais para que a economia se desenvolva de uma forma que aumente a prosperidade e não prejudique o ambiente”.

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Questionado sobre o impacto para o mercado europeu dos veículos elétricos fabricados na China, o chanceler sublinhou que a economia alemã, “um dos países exportadores mais bem-sucedidos do mundo”, baseia-se em ser “globalmente competitiva”.

A Comissão Europeia (CE) está a investigar os subsídios atribuídos aos fabricantes de carros elétricos pelo Estado chinês. A investigação pode resultar na aplicação de taxas alfandegárias punitivas, contra as quais Scholz já se pronunciou.

As empresas alemãs “vendem em todo o lado. Em todo o lado estão envolvidas nas cadeias de abastecimento, relações e investimentos”, afirmou.

“O nosso modelo é sermos tão competitivos que possamos ganhar à concorrência em todo o lado”, reiterou, razão pela qual a Alemanha está empenhada em “condições de concorrência justas” e não no “protecionismo”.

Durante o seu encontro com Xi, Scholz vai também apelar à China para que deixe de fornecer bens civis e militares de dupla utilização à Rússia, uma vez que “ninguém deve contribuir” para a “guerra de conquista” de Moscovo na Ucrânia.

Do ponto de vista da China, estes produtos são utilizados para fins civis, mas na realidade a Rússia utiliza-os para fins militares. Temos de analisar bem esta questão”, observou.

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O chanceler, que iniciou a sua segunda visita oficial à China no sábado passado, acompanhado pelos responsáveis alemães pelo ambiente, Steffi Lemke, transportes e digitalização, Volker Wissing, e agricultura, Cem Özdemir, regressará à Alemanha depois de visitar Pequim na terça-feira, a última etapa da sua viagem.