Siga o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

A primeira-ministra da Estónia exortou esta quarta-feira os países que apoiam a Ucrânia a “fazer mais”, perante um “momento histórico” de tensões geopolíticas, pedindo que se evite o “erro” de desvalorizar conflitos isolados, que levou à Segunda Guerra Mundial.

“Precisamos de ser brutalmente honestos: todos temos de fazer mais”, disse Kaja Kallas, em conferência de imprensa com alguns órgãos de comunicação social internacionais, incluindo, a agência Lusa, em Bruxelas.

A primeira-ministra da Estónia considerou que, “olhando para os conflitos em todo o mundo hoje”, é necessário evitar “cometer o mesmo erro”, uma vez que estão “todos interligados e todos advêm da resposta à agressão russa da Ucrânia”.

“É um momento histórico para aprendermos com a História e olharmos, por exemplo, para 1937. Foi um erro olhar para conflitos como a invasão italiana da Abissínia, a ocupação alemã, a guerra entre o Japão e a China, a guerra civil espanhola, como acontecimentos que não originaram um quadro geral”, advogou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Kaja Kallas sustentou que “todos os agressores estão a reagir” e a olhar para o apoio prestado pela União Europeia (UE) à Ucrânia para perceber quando “vai enfraquecer”.

“A cooperação entre diferentes países em relação ao ataque do Irão [contra Israel] demonstra que é possível fazer mais e que podemos providenciar à Ucrânia um sistema de defesa antiaérea semelhante para que consigam debelar os ataques que estão a sofrer”, completou a chefe do executivo da Estónia.

Na opinião da primeira-ministra da antiga república soviética, Moscovo “está claramente a aguardar” para que o apoio da UE diminua, que a “unidade desapareça e que a atenção esteja dividida” com os conflitos no Médio Oriente e em África.

“É como o Presidente [Volodymyr] Zelensky disse: ‘As palavras não conseguem intercetar ‘drones’ [veículos não tripulados] e mísseis. Por isso, só assistência tangível vai funcionar como anticorpo, isto é algo de que a Ucrânia precisa mesmo e com urgência. Sei que há líderes de países com melhores vizinhos do que os nossos, mas peço que olhem para os vossos armazéns. Há países que podem dar mais e outros que têm equipamentos de defesa antiaérea”, explicitou.

As consequências de um apoio deficitário à Ucrânia, para Kaja Kallas, serão, por exemplo, uma “maior pressão migratória nas fronteiras da UE”.