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O presidente do CDS-PP defende na moção de estratégia global que apresenta ao congresso que proclamar o desaparecimento do partido foi “uma avaliação precipitada” e assume querer lançar “um projeto realista, mas confiante, de consolidação e crescimento”.
Nuno Melo é o primeiro subscritor da moção “Tempo de Crescer”, que vai levar ao 31.º Congresso do CDS-PP, que decorre entre sábado e domingo em Viseu. Na liderança do partido desde 2022, Melo recandidata-se para mais um mandato de dois anos, sem opositor.
“Depois de um tempo de resistência e de construção, chegou então o momento de relançarmos um projeto realista, mas confiante, de consolidação e crescimento do CDS-PP no futuro”, defende.
Na moção, o ex-eurodeputado salienta o papel dos centristas nas autarquias, regiões autónomas, Assembleia da República, governos e no Parlamento Europeu, e considera que o CDS-PP é um “projeto político incontornável e insubstituível”.
Afirmando que “foi assim no passado e é assim no presente”, o recandidato à liderança refere as mais recentes eleições legislativas, que se disputaram em 10 de março e salienta que “o CDS-PP voltou a ser determinante, em conjunto com o PSD, através da Aliança Democrática, para a derrota do PS e das esquerdas”.
Lembrando que o CDS-PP já integrou vários governos e volta agora a fazê-lo, o também ministro da Defesa Nacional sustenta que é “um dos partidos mais importantes da democracia, que já deu muito ao país, com uma enorme experiência governativa, e que está hoje uma vez mais preparado para servir os portugueses no Governo e no parlamento”.
Depois de um período de dois anos em que não teve representação na Assembleia da República, Nuno Melo salienta também na moção que o CDS-PP voltou a ter um grupo parlamentar, com dois deputados, mostrando-se confiante que no futuro aumentará o número de deputados.
Melo aparafusou e Portas chorou. Dois anos depois, a placa do CDS volta aos corredores do Parlamento
“Houve quem – sobretudo no extremo, à esquerda – desse a nossa ausência por garantida. Foi uma avaliação precipitada”, sustenta.
No texto, o presidente do CDS-PP faz também um balanço positivo do mandato e, a nível interno, destaca a construção de “pontes com espírito de reconciliação, unindo o partido” e a “reestruturação administrativa e financeira“, reduzindo “em cerca de 900 mil euros, ou seja, em mais de metade, a dívida do partido, liquidando todo o passivo bancário recebido”, o que permitiu cancelar as “hipotecas pendentes sobre os imóveis próprios”.
O líder salienta ainda que o partido manteve a sede nacional, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, depois de o Chega ter anunciado querer ficar com o edifício, e refere que a “resistência pode mais do que quaisquer violências e do que qualquer jactância”.
No que toca aos próximos atos eleitorais, o presidente do CDS-PP diz que o partido “será solidário com a estratégia e estará empenhado no esforço necessário ao melhor resultado a alcançar” nas regionais da Madeira e quanto às eleições europeias justifica que “são novamente circunstâncias lógicas e específica que justificam uma candidatura conjunta do PSD e do CDS-PP”, com “a adequada representação e mobilização”, mas sem especificar.
Já em relação às eleições autárquicas, previstas para 2025, o objetivo é manter a liderança das seis autarquias “ou aumentar este número”.
A moção detalha ainda algumas medidas para o país em diversas áreas, incluindo na Defesa, pasta que Melo tutela, defendendo a “atualização dos incentivos ao recrutamento” e “a modernização e a adequação dos equipamentos e instalações”, e propondo que o país caminhe “faseada e progressivamente para a melhoria do compromisso com a NATO”.
Nuno Melo propõe ainda ao congresso uma alteração aos estatutos e a maior mudança prende-se com o Conselho Nacional de Jurisdição passar de sete para 11 membros e funcionar em sessões plenárias e com duas secções. A proposta visa ainda limitar até quatro anos a sanção de suspensão de um militante.
A última vez que os estatutos do CDS-PP foram alterados foi em 2022, pouco depois de Nuno Melo chegar à liderança do partido.