Washington iniciou conversações com Niamey sobre a retirada do Níger das tropas norte-americanas destacadas no âmbito da luta contra o fundamentalismo islâmico no Sahel, anunciou nesta segunda-feira o Pentágono.
O governo do Níger, denunciou em março o atual acordo de cooperação militar com os Estados Unidos, afirmando que a presença norte-americana era agora “ilegal”.
Na semana passada, Washington concordou finalmente em retirar os seus mais de mil militares do país e anunciou o envio de uma delegação a Niamey para acordar os pormenores da retirada.
Podemos confirmar o início das discussões entre os Estados Unidos e o Níger sobre a retirada ordenada das forças americanas do país”, declarou o porta-voz do Pentágono Pat Ryder.
Uma “pequena delegação do Pentágono e do Comando dos EUA para África” está a participar nas discussões, acrescentou.
Os Estados Unidos “continuarão a explorar as opções possíveis para garantir que está sempre em posição de lidar com potenciais ameaças terroristas“, acrescentou.
Em Niamey, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Níger, Bakari Yaou Sangaré, afirmou, num comunicado de imprensa, que discutiu nesta segunda-feira com a embaixadora dos EUA em Niamey, Kathleen Fitzgibbon, “a questão da partida das forças militares norte-americanas do Níger”.
O encontro teve lugar na presença de Maria Barron, diretora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Niamey, que garantiu que a agência iria “continuar a sua cooperação bilateral” com o Níger, anunciando “um novo acordo para substituir o atual, que expira em setembro de 2024”, segundo o comunicado.
Os Estados Unidos têm no Níger uma importante base de drones [aparelhos aéreos não tripulados] perto de Agadez, construída com um custo de cerca de 100 milhões de dólares (cerca de 93 milhões de euros).
Após o golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum, no final de julho, o novo regime militar exigiu rapidamente a saída dos militares da antiga potência colonial, França, e aproximou-se da Rússia, tal como aconteceu com os vizinhos Mali e Burkina Faso, também governados por regimes militares e que enfrentam as atividades de organizações fundamentalistas islâmicas.