Apenas dois anos depois de chegar ao mercado, o Mitsubishi ASX vai usufruir de uma mão cheia de melhorias. Este restyling foi obviamente antecipado, devido ao facto de a Renault ter de renovar o seu Captur, modelo que foi lançado em 2019 e sobre o qual o ASX é concebido, com a marca francesa a ser igualmente responsável pela produção do B-SUV japonês, uma vez que estamos perante marcas do mesmo grupo, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. Mas tudo isto destina-se apenas a explicar o curioso timing das alterações agora introduzidas, pois no que diz respeito aos clientes, a chegada desta renovação é uma dádiva caída do céu, permitindo aceder a um modelo melhor e mais moderno, sem praticamente incremento do preço.

Novo ASX. O Captur da Mitsubishi chega já em Março

Quando em 2022 surgiu o primeiro ASX com base no Captur, num exercício que tradicionalmente se apelida de rebadge — uma vez que muda apenas o emblema e pouco mais —, os clientes da Mitsubishi passaram a ter acesso aos argumentos comerciais do que é um dos melhores (e dos mais vendidos) B-SUV do mercado e, decididamente, um dos mais competitivos modelos da marca nipónica. Mas agora que o restyling do ASX chega ao mercado quase em simultâneo com a renovação do Captur, o efeito “atraso” desvanece-se, desaparecendo com ele um certo amargo de boca pela sensação de dejá vu.

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O renovado Mitsubishi ASX traz novidades estéticas, sobretudo ao nível da frente, desta vez mais diferentes das exibidas pelo Captur. O construtor japonês recorda que as jantes também são novas, um pouco à semelhança dos farolins posteriores, que mantêm a forma, mas mudam a cobertura. Por dentro também há alterações, com destaque para o ecrã central, que aumenta de 9,3” para 10,4”, com uma série de botões físicos sob o display para facilitar o acesso directo à ventilação.

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Um olhar mais atento permite descobrir que o comando da caixa automática passa a ser mais pequeno e eléctrico, mas é provável que alteração mais apreciada pelos clientes seja relativa à introdução de uma série de funções da Google, o que inclui a navegação pelo Google Maps e o Google Assistant, um sistema de comando por voz muito prático e funcional, que permite fazer chamadas e seleccionar o sistema de navegação, entre outros, sem retirar os olhos ou a atenção da estrada.

Nas motorizações também há alterações, mas nem todas são boas. Tal como acontece no Captur, desapareceu a unidade 1.6 PHEV com 160 cv, que oferecia consumos baixos e 49 km de autonomia em modo eléctrico. No novo ASX o motor das versões mais acessíveis é o tricilíndrico 1.0 Turbo com 90 cv, que anuncia um consumo médio de 5,7 l/100 km, unidade motriz que é completada por dois motores mild hybrid a 12V, ambas a depender do quatro cilindros com 1333 cc que debita 140 ou 160 cv, consoante a versão, e que recebe uma ajuda ligeira de um pequeno motor alimentado por uma bateria com somente 0,13 kWh. Os consumos destas duas unidades mild hybrid são de, respectivamente, 5,7 e 5,9 l/100 km.

Os clientes em busca de menores consumos podem contar com o full hybrid, que recorre ao motor 1.6 atmosférico com 94 cv, a funcionar com o ciclo Atkinson para ser mais eficiente, que surge associado a uma caixa de velocidades com 15 relações (entre três mecânicas e cinco moduladas electricamente, com a mecânica a contar ainda com dois motores eléctricos com 49 e 20 cv, o primeiro para ajudar o motor a gasolina e o segundo para trabalhar a caixa, ambos alimentados por um bateria com 1,2 kWh. A potência total atinge 145 cv, para um consumo homologado em WLTP de 4,6 l/100 km.

Tal como aconteceu com o Captur, desaparece o híbrido plug-in, que recorria ao mesmo motor a gasolina e duas unidades eléctricas (mais potente, com 67 e 34 cv), alimentadas por uma bateria com 10,5 kWh. O novo Mitsubishi ASX é esperado em Portugal em Junho, com preços similares aos praticados pela versão actual, ou seja, a partir de 25 mil euros para a versão menos possante mas mais acessível.