As vendas da Jerónimo Martins cresceram 18,6% no primeiro trimestre do ano, ultrapassando os 8,1 mil milhões de euros, segundo os resultados comunicados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O presidente da comissão executiva diz que a empresa dona do Pingo Doce enfrenta o “desafio adicional” de operar num contexto de “deflação alimentar e elevada inflação de custos”.
De acordo com a empresa, o resultado líquido chegou aos 97 milhões de euros – incorporando dotação inicial de 40 milhões da recém-criada Fundação Jerónimo Martins -, um valor em linha com o mesmo período do ano passado.
Estes resultados permitiram à Assembleia Geral de Acionistas aprovar a proposta de distribuir um dividendo de 0,655 euros por ação (bruto), num valor total de 411,6 milhões de euros, que será pago a 15 de maio.
De acordo com a informação prestada à CMVM, o comportamento das vendas no primeiro trimestre do ano levou o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) a crescer 13,9% (+5,1%), para 508 milhões de euros, com a respetiva margem a fixar-se nos 6,3%.
Citado do documento de apresentação de resultados enviado à CMVM, o administrador-delegado, Pedro Soares dos Santos, afirma que a “firme execução da estratégia desenhada” permitiu entregar um resultado líquido em linha com o mesmo trimestre do ano anterior, “se excluídos os outros ganhos e perdas de natureza não recorrente”.
O “desafio adicional” de operar num contexto de “deflação alimentar e elevada inflação de custos” manter-se-á, refere o responsável, acrescentando que as duas principais prioridades grupo se mantêm inalteradas.
“Em primeiro lugar, ser a primeira escolha dos consumidores e crescer vendas investindo em preço, na qualidade global das propostas de valor e na expansão da rede de lojas e, em segundo lugar, reforçar a eficiência em todas as frentes”, acrescenta.
Os dados revelam ainda que o ‘cash flow’ no primeiro trimestre do ano foi de -168 milhões, “com o efeito da sazonalidade a ser mitigado pelo efeito de calendário da Páscoa”.
A dívida liquida do grupo que detém o Pingo Doce situou-se nos 2,6 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano.
Em Portugal, o Pingo Doce viu as vendas crescerem 8,3% para 1,2 mil milhões de euros no primeiro trimestre, período durante o qual foi inaugurada uma loja da marca.
Já as lojas Recheio superaram o “muito exigente comparativo” com o desempenho do período homólogo, com vendas de 303 milhões de euros, 2,7% acima dos primeiros três meses de 2023.
Na Polónia, os consumidores “mantiveram-se cautelosos, muito sensíveis ao fator preço e com elevada orientação para as promoções”, refere o grupo.
Por insígnias, a Biedronka viu crescer as vendas 9,3% em moeda local, atingindo os 5,8 mil milhões de euros (+18,8%). A marca abriu 28 lojas no primeiro trimestre do ano e realizou 62 remodelações.
Já a Hebe viu as vendas subirem 28% (em moeda local), atingindo os 130 milhões de euros, 39,2% acima do primeiro trimestre de 2023.
“Este forte desempenho comercial reflete o acerto da proposta de valor e o investimento para crescer no canal online, que representou 20% das vendas no trimestre”, refere o grupo.
A Hebe abriu sete lojas no mercado polaco, terminando o período com um total de 350 lojas na Polónia e duas na República Checa
No mercado colombiano, as vendas da Ara cresceram 20% (em moeda local) atingindo os 711 milhões de euros (+43,9%), com a marca abrir 27 novas lojas.