O Conselho de Segurança da ONU discutiu nesta segunda-feira a escalada do conflito no Darfur, Sudão, cuja capital o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR) tenta tomar, e apelou aos países fornecedores de armas que cessem o fluxo.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, declarou, após a reunião, que dispõe de “informações credíveis” segundo as quais as FAR têm planos “iminentes” para atacar Al Fasher, a capital do Darfur do Norte e o último reduto do exército na região, onde, segundo aquela responsável, a população está “sitiada”.
A diplomata referiu que o Conselho de Segurança da ONU tem estado a debater o assunto com as partes envolvidas, incluindo com os Emirados Árabes Unidos, salientando que ambos os lados do conflito estão a receber armas e outros recursos para continuarem a “destruir o Sudão”.
Questionada sobre o que pode fazer aquele órgão de decisão da ONU, Thomas-Greenfield disse que este tem manifestado “preocupação”, um termo repetido noutra intervenção esta tarde pelo embaixador britânico, James Kariuki, que reiterou a necessidade de uma “mensagem internacional” conjunta.
“Fizemos um forte apelo a todos os países que estão a dar apoio às partes beligerantes para que cessem esse apoio e continuaremos a exercer pressão sobre esses países”, acrescentou.
Kariuki fez uma declaração mais sucinta, na qual manifestou a “preocupação” do Conselho relativamente à potencial escalada em Al Fasher e ao impacto na população de cerca de dois milhões de pessoas, mais meio milhão de deslocados que ali se concentram.
A população de Al Fasher “está à beira de um massacre”, advertiu Thomas-Greenfield, enquanto Kariuki assinalou o risco de fome devido à falta de acesso humanitário, dadas as “barreiras” colocadas por ambas as partes, que foram convocadas para regressar à mesa de negociações em Jeddah (Arábia Saudita).