Elementos do movimento Climáximo partiram ao início da manhã desta terça-feira vidros da fachada da sede da Galp, em Lisboa, disse à Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. A empresa vai apresentar uma queixa crime contra o grupo.
A mesma fonte referiu que o alerta chegou pelas 7h14 e que “terão sido cerca de 10 pessoas” a vandalizar a fachada do edifício.
A empresa já reagiu, numa declaração enviada à agência Lusa, referindo que “a Galp não comenta atos de vandalismo que pela sua natureza criminal deverão ser tratados em sede própria pelos tribunais”
Quando as autoridades chegaram ao local já não estava nenhum dos elementos, pelo que ninguém foi identificado, acrescentou a fonte.
Em comunicado, o movimento Climáximo confirmam os atos descritos pela PSP, acrescentando que os elementos pintaram na fachada a frase “Galp: nem aqui nem em lado nenhum”.
O coletivo critica o “negócio assassino da empresa”, dias depois da confirmação da descoberta de reservas “equivalentes a 10 mil milhões de barris de petróleo na Namíbia, ou a mais de 100 anos de consumo de petróleo para Portugal”.
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“É intolerável que, em plena crise climática, empresas como a Galp continuem a ter “carta branca” para perpetuarem o assassínio em massa de pessoas por todo o mundo através da queima incessante de combustíveis fósseis”, afirma Inês Teles, porta-voz da ação desencadeada esta terça-feira em Lisboa, citada no comunicado.
E acrescenta: “Quebrar os vidros desta sede é um ato de legítima defesa contra uma empresa colonial e assassina, que afirma ser líder na transição verde, mas continua a inaugurar novos projetos de morte para a extração de combustíveis fósseis em países como Moçambique e a Namíbia”.
Considera ainda que a Galp, “em vez de abrir novas sedes e explorar novos recursos fósseis no Sul Global, deve ser desmantelada e responsabilizada pela destruição que está a causar”.
Lembra que “2023 foi o ano mais quente alguma vez registado” e que “foi também o segundo ano consecutivo em que a empresa quebrou o seu recorde de lucros, atingindo 1.002 milhões de euros, e distribuindo 425,06 milhões pelos seus acionistas”.
“Na semana passada, com a confirmação de novos recursos fósseis na Namíbia, viu uma subida explosiva das suas ações em 28%”, sublinha o coletivo de ativistas, acrescentando: “Não podemos continuar a permitir novos projetos fósseis, nem aqui nem em lado nenhum”.
O único futuro para a Galp, afirma, “tem que ser o desmantelamento e a responsabilização da empresa pela destruição que está a causar: os recursos da Galp devem ser usados não para encher os bolsos dos acionistas, mas sim para pagar a necessária transição energética, que tem de ser iniciada já”.
A Galp Energia obteve um lucro de 337 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, 35% acima dos 250 milhões de euros do período homólogo e que compara com 284 milhões do trimestre anterior.