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A Universidade de Columbia ameaçou nesta terça-feira expulsar os alunos que ocuparam um edifício no “campus” em Nova Iorque, Estados Unidos, barricando as entradas e desfraldando uma bandeira palestiniana, manifestando-se contra a guerra de Israel contra o Hamas.
A ocupação do edifício — onde os manifestantes ignoraram um ultimato para abandonar um acampamento de tendas na segunda-feira, sob ameaça de serem suspensos — desenrolou-se à medida que outras universidades intensificavam os esforços para terminar os acampamentos de ativistas, com ajuda da polícia.
Manifestantes na Universidade de Columbia tomaram um edifício
Num comunicado, o porta-voz da Universidade de Columbia, Ben Chang, deixou uma mensagem para os alunos que há alguns dias acamparam no centro do “campus”.
“Os estudantes que ocupam o prédio enfrentam a expulsão”, avisou Chang, acrescentando que aqueles outros que não concordassem com os termos de negociação estabelecidos na segunda-feira seriam suspensos.
“Os manifestantes optaram por fazer escalar para uma situação insustentável — vandalizando propriedades, arrombando portas e janelas e bloqueando entradas — e estamos a ser consequentes com a promessa que fizemos ontem”, explicou o porta-voz.
O departamento de segurança pública da Universidade disse num outro comunicado que o acesso ao “campus” ficava limitado aos estudantes que moravam nos prédios residenciais e aos funcionários.
O chefe do Departamento de Polícia de Nova Iorque, Jeffrey Maddrey, durante uma conferência de imprensa, esclareceu que os seus agentes não entrariam no “campus” de Columbia sem um pedido da administração da faculdade.
Os manifestantes insistiram que permanecerão no local até que a universidade concorde com três exigências: desinvestimento, transparência financeira e amnistia.
Várias universidades em diferentes cidades dos EUA estão a debater-se sobre como desalojar estudantes que acampam como forma de protesto, à medida que se aproximam as cerimónias de formatura, com algumas negociações a decorrer e com outras instituições a recorrer à força policial e a ultimatos que resultaram em confrontos com agentes de segurança.
Dezenas de pessoas foram detidas na segunda-feira durante protestos em universidades do Texas, Utah, Virgínia e Nova Jersey, enquanto a Universidade de Columbia anunciou que tinha começado a suspender estudantes, depois de ter chamado a polícia para desalojar estudantes acampados na praça central do seu “campus”.
Também a polícia de Yale e de New Haven cercou o acampamento na praça central da universidade, explicando que qualquer pessoa dentro da área bloqueada estaria sujeita a detenção e suspensão se não saísse.
Também nesta terça-feira, a polícia entrou num acampamento na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill e na Universidade de Connecticut agentes ordenaram aos manifestantes que removessem as tendas.
Na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, em Humboldt, onde os manifestantes ocuparam dois edifícios, dezenas de polícias com capacetes e bastões entraram no “campus”, nesta terça-feira de manhã, retirando alunos de dois corredores e detendo 25 pessoas.
Na Virginia Commonwealth University, em Richmond, a polícia e os manifestantes entraram em confronto na noite de segunda-feira enquanto os polícias desmontavam tendas, atacavam a fila de manifestantes, usando agentes químicos para dispersar a multidão.
Perante esta situação, o gabinete do Alto-Comissário dos Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, expressou preocupação com as medidas policiais para desmobilizar os estudantes das universidades norte-americanas, ao mesmo tempo em que sublinhou que os comentários antissemitas, anti-árabes e anti-palestinos eram “totalmente inaceitáveis”