Uma análise feita ao serviço de dermatologia do hospital de Santa Maria, em março, detetou a presença de legionella em várias torneiras. O Observador sabe que, pelo menos, um doente com múltiplos problemas de saúde tinha testado positivo para a legionella, após ter passado por aquele serviço.

Depois de o diretor do serviço de Dermatologia, Paulo Filipe, ter negado esta semana ao Observador qualquer análise positiva à legionella — dizendo ser uma notícia inventada –, o hospital acabou por confirmar, esta quinta-feira, ter sido detetado este microrganismo naquele serviço, garantindo que a situação já foi ultrapassada.

Não esclarecendo se a análise foi feita na sequência de suspeitas, como por exemplo a deteção de legionella em doentes que passaram pelo serviço, ou de forma preventiva, fonte oficial explica apenas que “a análise positiva detetada no Serviço de Dermatologia insere-se nesta lógica de permanente monitorização nesta área, tendo de imediato sido desencadeadas e em poucas horas executadas todas as medidas de controlo e desinfeção que garantiram a segurança de doentes e profissionais”. A unidade hospitalar, aliás, nem sequer confirmou a infeção de qualquer doente por legionella.

Durante as últimas semanas, este serviço não esteve nunca encerrado, nem os doentes deixaram de receber os tratamentos, apurou o Observador.

Ainda assim, fonte oficial do hospital, confirma que o trabalho desenvolvido após a deteção da legionella foi “multidisciplinar” e “envolveu vários serviços da Unidade Local de Saúde do Santa Maria, em articulação com as autoridades de saúde públicas”. E acrescentou que, só no último ano, “de forma proativa e preventiva, 360 análises de rotina à legionella no Hospital de Santa Maria, unidade com 60 quilómetros de canalizações, perto de 3 mil torneiras e 240 duches, na qual são de forma constante levadas a cabo melhorias estruturais adequadas”.

Na resposta enviada ao Observador é explicado que a legionella “é um microrganismo frequentemente encontrado na água potável” e que “constitui um desafio transversal a vários setores da sociedade, não apenas nas estruturas de Saúde”. A unidade de saúde diz também que, “ciente do seu importante papel nesta área e da confiança que os utentes depositam nas unidades que a compõem, […] dispõe de um rigoroso plano de prevenção, despiste e, em caso positivo, controlo da legionella, em linha com as melhores práticas e a legislação em vigor nesta área”.

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