A Comissão Europeia melhorou as previsões de crescimento económico de Portugal para 1,7% este ano e 1,9% no próximo, taxas acima da média da zona euro e da UE, impulsionadas pelo consumo privado e pelo investimento.
Nas previsões económicas de primavera divulgadas esta quarta-feira, Bruxelas prevê um crescimento do Produto Interno Bruto Português (PIB) de 1,7% este ano e de 1,9% em 2025, uma revisão em alta face aos 1,2% em 2024 e 1,8% em 2025 esperados no relatório de fevereiro.
Bruxelas revela-se assim mais otimista para este ano do que o Governo português, que no Programa de Estabilidade inscreveu uma taxa de crescimento de 1,5% este ano, enquanto o Banco de Portugal (BdP) prevê uma expansão do PIB de 2%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 1,7% e o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico de 1,6%.
Também projeta que o excedente orçamental possa ficar nos 0,4% este ano, melhor que os 0,3% apontados por Miranda Sarmento, em políticas invariantes. A Comissão Europeia aponta para um rácio da dívida pública de 95,6%.
Nas projeções económicas de primavera, publicadas esta quarta-feira, Bruxelas prevê um excedente orçamental em Portugal de 0,4% este ano e de 0,5% em 2025, quando anteriormente apontava para um excedente de 0,1% este ano e de 0% em 2025.
No entanto, o ponto de partida destas previsões é melhor, uma vez que anteriormente o executivo comunitário esperava um excedente de 0,8% em 2023 e este fixou-se em 1,2%.
A Comissão Europeia manteve a previsão da taxa de inflação em Portugal em 2,3% este ano e 1,9% em 2025. Nas previsões económicas de primavera, divulgadas esta quarta-feira, o executivo comunitário mantém, face ao relatório de fevereiro, a previsão de redução do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) de 5,3% em 2023 para 2,3% em 2024 e 1,9% em 2025, refletindo uma desaceleração substancial nos preços da energia e de outras matérias-primas.
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Bruxelas recorda que, em termos trimestrais, a taxa de inflação homóloga atingiu 2,4% no último trimestre de 2023, mas subiu para 2,5% no primeiro trimestre de 2024, principalmente devido a efeitos de base nos preços dos produtos energéticos.
No entanto, a inflação dos serviços moderou-se a um ritmo muito mais lento para 5% (em termos homólogos) no primeiro trimestre de 2024, impulsionada pelo “forte crescimento salarial” e pelas pressões da procura derivadas de atividades relacionadas com o turismo.
Segundo a Comissão, o aumento previsto dos salários reais e do emprego “deverá manter alguma pressão sobre os preços, conduzindo a um ajustamento muito mais lento da inflação dos serviços”.
No Programa de Estabilidade, o Governo português prevê uma taxa de inflação, medida pelo IHPC, de 2,5% este ano e de 2,1% em 2025.
O executivo comunitário antecipa ainda que o PIB da Alemanha se mantenha praticamente estagnado nos 0,1% este ano e cresça 1,0% em 2025, impulsionado pela procura interna, que deverá aumentar lentamente ainda este ano. A economia espanhola está prevista crescer 2,1%, mais 0,4% face à anterior previsão, ao apoiar-se na procura interna e na “contínua resiliência do mercado de trabalho”. Já em França a atividade económica vai manter-se moderada em 2024, com um crescimento de 0,7%, prevendo-se que ganhe dinamismo em 2025, aumentando 1,3% — a moderação da inflação e o alívio das condições de financiamento fazem do consumo privado o principal motor de crescimento.