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João Galamba, ex-ministro das Infraestruturas, vê com bons olhos a decisão do aeroporto de Alcochete, mas rejeita que os comentários discordantes em relação à posição do PS sejam farpas ao partido e a Pedro Nuno Santos. O secretário-geral do PS desafiou o Governo a apresentar o estudo que sustenta o reforço da  aumento do número de voos no aeroporto da Portela, questionando Montenegro sobre as bases para o aumento de ligações aéreas.

“Não deixei farpas nenhumas”, diz Galamba em entrevista à Rádio Observador. “Não é uma farpa, é uma tomada de posição em relação ao que entendo ser uma solução benéfica para a região de Lisboa em termos de aeronáutica”, vinca.

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Galamba considera que “não é preciso transformar todas as discordâncias em farpas ou sinónimos”, salientando que as discordâncias “são saudáveis e naturais”. A discussão sobre o aeroporto “é demasiado importante para nos deixarmos enredar em questões menores sobre tricas político-partidárias”, sublinha.

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Para João Galamba, a decisão sobre a localização do aeroporto devia ter sido tomada “há vários anos”. “Estamos hoje a sofrer consequências de não o ter feito”, assegura, dizendo que “o país perde muito em termos económicos e em termos de centralização aeronáutica por não ter tomado a decisão há mais tempo”.

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Se o aeroporto de Alcochete só estará disponível daqui a dez anos, Galamba considera “correto que o atual governo encare esse problema de frente e assuma que quer aumentar a capacidade” do aeroporto Humberto Delgado e apostar “todas as fichas” na Portela.

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“O Governo quer passar dos 38 movimentos hora em média [de aeronaves no aeroporto], podendo ir até aos 40, assumir o aumento dessa capacidade. E para isso são precisos estudos”, reconhecendo que “obviamente que um aumento da capacidade aeroportuária tem efeitos” nas regiões de Lisboa e também Loures. Assim, “claro que fazem falta [estudos] porque essa decisão não se toma por decreto.” Reconhece, também, a complexidade de diálogo com o “município de Lisboa e de Loures”. “Há uma negociação que tem de ser feita.”

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Já sobre se tem boa fé em relação à ANA no novo aeroporto, diz que “o concedente é o Estado e cabe ao estado assegurar o cumprimento do contrato de concessão”. “Tem todas as condições de obrigar a ANA a cumprir os seus deveres”, vinca.

As declarações à Rádio Observador são feitas depois de várias mensagens na rede X de João Galamba, durante o debate quinzenal, argumentando que tem de haver expansão da Portela.