O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, atingido na quarta-feira com vários tiros, está fora de perigo, mas ainda necessita de cuidados intensivos, revelou hoje o vice-primeiro-ministro Robert Kalinak, quatro dias após o ataque ao chefe de governo.

“Não existe mais qualquer perigo imediato para a sua vida, mas o seu estado continua grave”, disse Kalinak a órgãos de comunicação locais.

Robert Kalinak, que é o aliado político mais próximo de Fico, acrescentou que, apesar das boas notícias, o primeiro-ministro eslovaco continua a necessitar de cuidados intensivos”. O político foi submetido a uma operação de cinco horas na quarta-feira e outra mais curta na sexta-feira, ambas num hospital na cidade de Banska Bystrica, no centro da Eslováquia.

Robert Fico, 59 anos, foi atingido na quarta-feira com vários tiros à saída de uma reunião do Governo na cidade de Handlová.

No sábado, o tribunal de Pezinok, uma pequena cidade nos arredores da capital, Bratislava, determinou a detenção do suspeito de forma preventiva. O suspeito foi acusado de tentativa de homicídio premeditado e pode enfrentar uma pena entre 25 anos e a prisão perpétua.

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Os procuradores pediram à polícia para não identificar publicamente o suspeito, nem divulgar outros pormenores sobre o caso, mas relatos não confirmados nos meios de comunicação social referem que se tratava de um reformado de 71 anos, conhecido como poeta amador, que terá trabalhado como segurança de um centro comercial no sudoeste do país.

As autoridades governamentais deram entretanto pormenores que correspondem a essa descrição. Disseram que o suspeito não pertencia a nenhum grupo político, embora o ataque em si tenha sido motivado por questões de natureza política. Os líderes mundiais já condenaram o ataque e ofereceram apoio a Fico e à Eslováquia.

Fico, que ocupa o cargo de primeiro-ministro desde que o seu partido centrista, Smer-SD, venceu as eleições legislativas no outono passado, é há muito uma figura polémica na Eslováquia e não só.

O seu regresso ao poder no ano passado, numa plataforma pró-Rússia e anti-norte-americana, levou a que os membros da União Europeia e da NATO se preocupassem com a possibilidade deste abandonar o rumo pró-ocidental do país, em especial em relação à Ucrânia. Esta tentativa de assassinato chocou profundamente a Eslováquia, um país de 5,4 milhões de habitantes, membro da União Europeia e da NATO, que está fortemente dividido politicamente há anos.