Na tomada de posse de Paulo Sousa, o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assumiu estar “ciente dos graves desafios” da instituição, que, no entender da ministra que o nomeou, prossegue agora com “um novo ciclo”.

A cerimónia de posse de Paulo Sousa decorreu esta tarde, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, tendo o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) afirmado que assume as novas funções com “orgulho e sentido de responsabilidade”.

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“Orgulho porque a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma instituição de inestimável utilidade pública, porque a sua missão é trazer bem-estar às pessoas, a começar pelos mais desprotegidos”, afirmou.

Garante estar ciente dos “graves desafios que a instituição enfrenta hoje, irei defrontá-los, honrando sempre o seu legado histórico e propósito inicial” e, agradecendo “a confiança em mim e no meu percurso profissional”, promete retribuir “com dedicação” aos trabalhadores e às equipas da Santa Casa, “dedicação que estenderei às múltiplas atividades da instituição”.

Ao anunciar o nome de Paulo Sousa para a Santa Casa surgiram recordadas as notícias sobre a decisão do banco central de Moçambique de inibir o gestor no BCI, banco da Caixa. Processo que acabou anulado pelo tribunal.

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Maria do Rosário responsável pela exoneração da mesa da Santa Casa de Lisboa, e responsável, em conjunto com o primeiro-ministro, pela nomeação (e exoneração) do provedor, realçou que o economista foi a escolha do governo pela “vasta e reconhecida experiência profissional, mas também com provas dadas na área social”.  “É o melhor perfil para enfrentar os sérios desafios que a SCML tem pela frente“, nomeadamente “continuar a assegurar as condições de sustentabilidade indispensáveis à sua insubstituível missão, o que exige uma gestão responsável e rigorosa dos seus recursos financeiros e humanos e o desafio maior de garantir que a Santa Casa continua a dar melhor resposta assistencial sobretudo aos mais desprotegidos e desfavorecidos”.

Nas palavras da ministra, a instituição “inicia um novo ciclo na sua liderança“, uma liderança que “compreende a importância da gestão transparente e criteriosa para proteger a instituição e a sua missão”, mas também um novo ciclo “de longevidade na forma paradigmática como são prestados os serviços assistenciais e apoios sociais e desenvolvidas parcerias e colaborações com outras instituições”.

Em breve será anunciada a composição da mesa e a data da sua tomada de posse.

No breve discurso de tomada de posse, a ministra não fez referências a Ana Jorge, provedora que exonerou com críticas duras à sua gestão.

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Ana Jorge, em declarações à margem da cerimónia, voltou a dizer que a ministra do Trabalho não teve tempo para saber se a sua gestão era transparente e criteriosa. “A provedora e toda a mesa que tivemos cá durante este ano tivemos de vir apagar fogos e fizemos isso de uma forma muito transparente e muito consciente e muito na defesa do que era a Santa Casa e os seus objetivos”, dizendo que teve de ver os problemas e quando foram identificados e suspeitos “participámos de imediato à Procuradoria Geral da República e Tribunal de Contas e ao Ministério da altura”. O processo “tem sido muito pesado, tem sido um esforço muito grande, muita dificuldade em obter elementos do Brasil. Está terminada, está entregue e agora esperamos que a justiça — PGR e Tribunal de Contas — façam o seu trabalho para podermos saber tudo o que inclui que está em segredo de justiça”.

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Ana Jorge assume que gostaria de ter levado o processo até ao fim, para a tornar “mais eficiente e adequada aos dias de hoje”.

Ao ser pedido um conselho para o sucessor, Ana Jorge declarou: “Sendo um bom gestor há de encontrar uma boa solução para aquilo que a senhora ministra o encarregou”.