Os estudantes que ocupavam desde quinta-feira instalações do departamento de Ciências e Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto desmobilizaram esta terça-feira de forma pacífica após intervenção da PSP, segundo fonte da reitoria daquela instituição.

A intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP), a pedido da universidade, que tinha exigido aos estudantes que saíssem até às 20h00 de segunda-feira”, começou às 7h00 desta terça-feira, disse a mesma fonte à agência Lusa.

“Os cerca de 30 estudantes desmobilizaram e o acampamento no exterior foi levantado. Agora o edifício que tinha sido ocupado vai ser alvo de uma inspeção e limpeza. Pelo menos durante a manhã não haverá condições para a retoma de aulas neste edifício. Os restantes estão a funcionar normalmente”, indicou a mesma fonte da reitoria da Universidade do Porto.

Entretanto, numa mensagem enviada à agência Lusa, a organização do protesto disse que os estudantes saíram do edifício após terem sido informados de que “caso as pessoas barricadas e o acampamento não fosse levantado imediatamente, seria forçosamente desmobilizado”.

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Face a esta ameaça e à atitude antidemocrática e desproporcional da direção da FCUP, o coletivo tomou a decisão de proteger a integridade física e psicológica de todas, com o intuito de garantir a continuidade da mobilização estudantil”, referem.

O coletivo diz ainda que durante a madrugada, “de forma a tirar partido do menor número de estudantes e ativistas presentes no local e da ausência de comunicação social, foi acionado um fortíssimo contingente policial que se deslocou até ao edifício onde, desde ontem [segunda-feira], um grupo de ativistas se encontrava barricado dentro de uma sala”.

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A direção da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) informou na segunda-feira à noite que não haveria aulas esta manhã no edifício ocupado por estudantes em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e Israel.

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A ocupação do espaço aconteceu após a chegada de cinco agentes da PSP ao edifício, chamados pela diretora da faculdade depois de a última reunião com os estudantes ter falhado uma tentativa de acordo, da parte de estudantes, para uma cisão da academia com o Estado de Israel, e, da parte da faculdade, para que abandonassem os jardins onde protestam desde quinta-feira.

Àa 00h00 desta terça-feira, cerca de uma centena de pessoas estavam concentradas no jardim da FCUP, em protesto contra a manutenção das relações entre a academia e o Estado de Israel.

O protesto teve o primeiro momento em 8 de maio, quando cerca de meia centena de estudantes exigiram diante da reitoria da UP o corte de relações entre a academia e o Estado de Israel.

Na quarta-feira os estudantes concentraram-se na Faculdade de Belas Artes e decidiram prosseguir com o protesto na Faculdade de Ciências, onde colocaram tendas de campismo para se abrigarem durante a noite, rodeadas de bandeiras da Palestina, velas e faixas com frases como: “Solidariedade proletária por uma Palestina Livre”, “Israel não é uma democracia, Israel é um país terrorista” e “A revolução começa aqui”.

A ação faz parte da luta internacional de protesto estudantil que se iniciou em universidades norte-americanas e já se estendeu a instituições de ensino superior em várias cidades europeias, do Canadá, México e até Austrália, a exigir o fim da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

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O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou acima de 35 mil mortes, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, e deixou o enclave numa situação de grave crise humanitária.