Há um novo caso polémico entre Taylor Swift e Billie Eilish, dois dos principais rostos da música pop da atualidade. Quem o admite não é nenhuma das cantoras, mas sim os milhares de fãs que utilizam as redes sociais, em especial o TikTok, para dar palco e alimentar uma alegada “guerra fria” entre as duas artistas.

Não é por aqui que a história começa, mas é com uma gravação de áudio de Eilish que ganha dimensão. Enquanto participava numa sessão de perguntas e respostas com fãs na aplicação de livestream Stationhead e quando questionada sobre a sua disponibilidade para dar concertos com duração de três horas, a cantora de 22 anos disse, sem hesitar, que não o faria. “É literalmente psicótico”, afirmou sem pejo.

“Ninguém quer isso. Nem vocês querem isso. Eu não quero isso, nem sequer como fã. Nem pelo meu artista favorito no mundo, não estaria disposta a ouvi-lo por três horas”, garantiu. Isolada, a afirmação pode parecer inocente, mas, colocada ao lado dos recentes espetáculos da “The Eras Tour”, parece transmitir uma mensagem clara sobre e para Taylor Swift. A cantora de 34 anos, que passou por Lisboa na passada sexta-feira e sábado, apresenta-se, na sua digressão mundial, num espetáculo com cerca de três horas e meia — uma longa viagem pelos seus onze discos editados.

A longa cerimónia pop de Taylor Swift em Lisboa

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E falando em discos, é precisamente na popularidade dos dois últimos trabalhos de ambas as cantoras que reside a rivalidade a perder de vista entre as duas bases de fãs e que dá aso à interpretação atenta de todas as suas declarações públicas como esta. Os trabalhos de Swift e Eilish disputam o primeiro lugar na lista da Billboard enquanto álbum mais ouvido. Como aponta o New York Times, com “The Tortured Poets Department”, lançado a 19 de abril, Taylor Swift garantiu a liderança do top da Billboard 200 nas últimas quatro semanas.

Pouco menos de um mês depois, Billie Eilish lançou o seu novo trabalho “Hit me hard and soft”, que está a desafiar a conquista, já que as suas dez canções são populares em serviços de streaming como o Spotify.

[Já saiu o terceiro episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio e aqui o segundo episódio.]

A promessa de um estrelato sustentável de Eilish e os vinis e jato privado de Swift

Em março, a cantora pop de 22 anos já se tinha insurgido contra o impacto ambiental dos vinis comemorativos e do merchandising fabricado com materiais pouco sustentáveis. “Vivemos nesta época em que, por alguma razão, é muito importante para alguns artistas fazer todos os tipos de vinis e embalagens diferentes… o que aumenta as vendas e os números e lhes dá mais dinheiro e mais…”, afirmou, em entrevista à Billboard.

As declarações foram de imediato interpretadas enquanto uma mensagem velada a Taylor Swift, que é criticada pelo lançamento desenfreado de vinis alusivos à regravação dos seus álbuns, que milhões de fãs não dispensam colecionar.

“Eu nem consigo expressar o quanto isso é um desperdício. Está mesmo à frente dos nossos olhos e as pessoas estão sempre a fugir (…) alguns dos maiores artistas do mundo fazem 40 embalagens de vinil diferentes que têm uma coisa única e diferente só para te fazer continuar a comprar mais”, apontou Eilish na mesma ocasião, em que salientou o esforço que faz, enquanto artista de massas, para manter a sustentabilidade ambiental como uma das prioridades da sua carreira musical.

Perante a associação entre estas afirmações e os vinis de coleção promovidos por Taylor Swift, a cantora de 22 anos acabou por esclarecer que não tinha tido a intenção de destacar nenhum artista com os seus comentários e deu mesmo a mão à palmatória para se colocar na lista de agressores do ambiente por ter optado, durante anos, pela publicação de vinis. Agora quer fazer melhor e foi por isso que lançou o desafio aos colegas de profissão.

Swift é criticada pelo uso abusivo do seu jato privado há vários anos. Utiliza o veículo não só para as deslocações na sua digressão mundial, mas também para viagens de curta duração entre cidades norte-americanas.