Um homem atacou, com recurso a uma faca, várias pessoas que participavam numa manifestação de extrema-direita, na cidade de Mannheim, no sudoeste da Alemanha. Foi travado por um agente policial, que disparou contra ele, causando-lhe ferimentos. Os vídeos do local mostram civis a tentar dominar o agressor e este a esfaquear um agente da polícia, descreve o DW.

Foram registados três feridos em resultado do ataque com arma branca, segundo confirma a polícia local à Reuters e ao Bild, sem dar pormenores sobre a extensão dos ferimentos sofridos pelas vítimas, que estavam reunidas na praça Marktplatz, no centro da cidade. Em comunicado, a polícia de Mannheim informou que “uma arma de fogo foi usada contra o agressor”.

Um livestream transmitido nas redes sociais pelo ativista anti-islâmico Michael Stuerzenberger mostra o momento em que o atacante se dirige aos membros do protesto com uma faca. Stuerzenberger, que se descreve como um jornalista crítico do Islão, é membro de várias organizações anti-Islão de extrema-direita, incluindo o movimento PEGIDA, que realiza marchas regulares em cidades, especialmente no leste da Alemanha.

Sturzenberger preparava-se para discursar num comício organizado pelo “Movimento dos Cidadãos Pax Europa” (BPE), no centro de Manhheim, uma cidade com cerca de 300 mil habitantes a sul de Frankfurt. O movimento político tem como objetivo denunciar “os perigos da influência do Islão político nas sociedades democráticas da Alemanha e da Europa”.

Não foram revelados nem a identidade nem os motivos do atacante. O polícia ferido foi submetido a uma cirurgia de emergência. Sturzenberger terá sido esfaqueado no rosto e numa perna, segundo revelou um colega, escreve a Reuters.

Através do X, o chanceler alemão Olaf Scholz descreve as imagens do ataque como “terríveis”. “Várias pessoas foram gravemente feridas por um atacante. Os meus pensamentos estão com as vítimas. A violência é absolutamente inaceitável na nossa democracia”, acrescenta, referindo que o agressor deve ser “severamente punido”.

O ataque acontece na reta final da campanha para as eleições para o Parlamento Europeu. O partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD na sigla original) tem feito campanha baseada em parte no que o partido diz ser o perigo que a emigração de países muçulmanos traz consigo, lembra a Reuters.

A ministra do Interior alemã, Nacy Faeser também reagiu ao acontecimento. “Se as investigações mostrarem que há um motivo islâmico por trás do ataque, poderá ser outra confirmação do grande perigo da violência islâmica, para a qual temos andado a alertar”, cita a agência de notícias.

Notícia atualizada às 12h50 de 1 de junho