O primeiro-ministro português solicitou esta sexta-feira ao seu homólogo luxemburguês apoio para a concretização das interligações energéticas entre a Península Ibérica e a Europa e defendeu avanços nas políticas de união bancária e de mercado de capitais.
Estas posições foram transmitidas por Luís Montenegro no final de uma reunião com o primeiro-ministro do Luxemburgo, Luc Frieden – o primeiro chefe de Governo de um Estado-membro que recebeu em São Bento desde que assumiu a liderança do executivo nacional.
Perante os jornalistas, Luís Montenegro começou por destacar as históricas “relações de amizade” entre os dois países, o peso e a importância da comunidade portuguesa residente no Luxemburgo, na ordem dos 100 mil, dos quais 17 mil com dupla nacionalidade, e realçou depois a agenda económica bilateral e da União Europeia.
“Uma vez mais, com um primeiro-ministro de um Estado-membro da União Europeia, tive a ocasião de poder solicitar todo o apoio de que precisamos para ver finalmente concretizadas as interligações energéticas entre a Península Ibérica e a Europa”, declarou o líder do executivo português.
Sem qualquer referência a obstáculos que têm sido colocados por países como a França neste processo, Luís Montenegro advogou que a concretização do projeto de interligações com a Península Ibérica será “uma forma de estimular mais energia verde, mas também mais autonomia energética na Europa”.
“Os últimos anos bem demonstraram a necessidade nesse domínio, assim como a existência de uma transição ecológica mais eficiente”, completou.
Também de acordo com o primeiro-ministro português, na reunião com o seu homólogo luxemburguês, foram debatidos temas relativos à agenda de competitividade, o desenvolvimento do mercado interno europeu e a necessidade de o tecido económico beneficiar com novas formas de financiamento.
“Precisamos mesmo de concretizar a União Bancária e uma união de mercado de capitais, aumentando a igualdade de oportunidades entre os agentes económicos em toda a Europa. Esta é uma politica sobretudo dirigida às pequenas e médias empresas. E é um propósito em relação ao qual o primeiro-ministro Luc Frieden foi muito incisivo em reforçar”, assinalou.
Ainda em matéria de política externa, Luís Montenegro apontou que houve total concordância em matérias como o apoio à Ucrânia para se defender da intervenção militar russa e que Portugal e Luxemburgo estarão representados “ao mais alto nível” na próxima Cimeira da Paz, na Suíça.
No que respeita às relações bilaterais entre Portugal e Luxemburgo, o líder do executivo considerou existirem potencialidades em diversos domínios, principalmente ao nível de investimentos nas indústrias de defesa, com interação entre universidades. Uma referência que fez já depois de ter recordado que se realizou em 2022, em Lisboa, o primeiro fórum económico entre os dois países.
“O segundo fórum económico terá lugar nos dias 5 e 6 de novembro no Luxemburgo, tendo um enfoque especial nas questões das tecnologias digitais, saúde e construções sustentáveis. Hoje, acrescentámos também uma vontade muito grande no domínio das questões energéticas, em particular nas energias renováveis”, acrescentou.