A Unidade Local de Saúde de Santa Maria (ULSSM), em Lisboa, anunciou esta sexta-feira a aquisição do seu primeiro robot cirúrgico, um equipamento que permite reduzir o tempo de internamento e de recuperação do doente após a operação.

A aquisição deste equipamento foi aprovada na quinta-feira pelo conselho de administração, na sequência de um concurso público internacional executado em cerca de 90 dias, adiantou a instituição que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente e mais de 20 unidades de cuidados primários de saúde.

Em comunicado, a ULSSM salientou que este dispositivo cirúrgico permite diminuir o tempo de internamento e de recuperação do doente, com um regresso mais rápido e com mais qualidade de vida à sua rotina diária, mas também reduzir a taxa de complicações e de infeções e aumentar a precisão do cirurgião, facilitando o acesso a áreas anatómicas de difícil acesso.

O primeiro robô cirúrgico ULS Santa Maria vai reforçar investimento no parque tecnológico da unidade de saúde, refere a administração, que pretende avançar para a aquisição de um segundo dispositivo nesta área e com a criação do serviço de Robótica e Cirurgia Digital, em articulação com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

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Trata-se de uma plataforma modular concebida para uma gama de procedimentos cirúrgicos e que combina instrumentos articulados, visualização 3D e uma opção de gravação de vídeo cirúrgico, com equipas de apoio dedicadas e especializadas na otimização, assistência e formação de programas robóticos.

No relatório de atividades entregue recentemente ao Ministério da Saúde, a anterior Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) adiantou que foi desenvolvido um programa de modernização tecnológica, num investimento de 117 milhões de euros inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência, que vai beneficiar 29 instituições de saúde públicas.

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Na prática, o programa prevê a aquisição de 81 novos equipamentos, para substituição de 75 aparelhos que se encontravam obsoletos: 18 ressonâncias magnéticas, 25 tomografias computorizadas, 13 angiógrafos, oito câmaras gama, 11 aceleradores lineares e seis robots cirúrgicos.

O relatório refere ainda que, em 2022, apenas existia um robot cirúrgico em Portugal, tendo sido instalados mais quatro em 2023, com a DE-SNS a prever para este ano mais oito, seis através do PRR e dois com verbas próprias.

“Sublinha-se que esta era uma prioridade da DE-SNS e que está a ser concretizada num espaço de tempo único de dois anos”, salienta o documento elaborado pela equipa do anterior responsável da direção executiva, o médico Fernando Araújo.