A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde corrigiu nesta quarta-feira o número de doentes oncológicos que aguardam cirurgia além do tempo máximo de resposta garantido indicado pelo Governo, explicando que são cerca de 2.300 e não mais de 9.000.

Quando apresentou o Plano de Emergência para a Saúde, no final de maio, o Governo disse que havia 9.374 doentes oncológicos em lista de espera para cirurgia fora do Tempo Máximo de Resposta Garantido (TMRG), um número que a Direção Executiva diz corresponder a todos os doentes oncológicos a aguardar cirurgia no final de abril.

Medida a medida, o plano de emergência para a Saúde apresentado pelo Governo

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Fora do TMRG, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) disse que, na mesma altura, aguardavam 2.645 doentes oncológicos, o que representava 28,20% do valor indicado pelo Governo e inscrito no Plano de Emergência da Saúde.

Na informação facultada nesta quarta-feira à Lusa, a DE-SNS lembra que a lista de inscritos para cirurgia é monitorizada diariamente, “para que sejam cumpridos os tempos máximos de resposta garantidos, sabendo da dificuldade das instituições e tentando sempre encontrar soluções para os doentes mais agudos”.

Sublinha que se trata de “um indicador dinâmico”, sendo normal que se observem “saídas de doentes em espera por terem sido já sujeitos a cirurgia, assim como novas entradas, com novos tempos de priorização”.

Em termos líquidos, entre 30 de abril e 7 de junho, há menos 56 doentes em lista de espera para cirurgia acima dos TMRG, mas mais 3.491 doentes em lista de espera total.

Quanto aos doentes oncológicos, houve uma diminuição de 304 doentes acima do TMRG.

A ministra da Saúde foi nesta quarta-feira questionada na comissão parlamentar de Saúde sobre os doentes oncológicos a aguardar cirurgia fora do TMRG, tendo justificado os números divulgados pelo Governo com o facto de o Executivo entender que estes doentes são sempre prioritários.

Num esclarecimento enviado à Lusa após a audição no parlamento, o Ministério da Saúde insistiu que “não deve haver um único dia de espera” para os doentes oncológicos que aguardam cirurgia e defendeu a necessidade de revisitar as prioridades e inscrições na lista de inscritos para cirurgia.

A este respeito, a DE sublinha que “há doentes mais graves e cujo tempo de intervenção deve ser priorizado em relação aos oncológicos”, dando como exemplo algumas intervenções cardiovasculares, nomeadamente por cirurgia cardíaca, cirurgia vascular ou neurocirurgia.

Os dados da DE-SNS indicam que, no final da primeira semana de junho, aguardavam cirurgia 9.351 doentes oncológicos. Fora do TMRG estavam 2.341 (25%).

No total, aguardavam cirurgia nessa altura mais de 275.000 doentes, 74.617 (27,1%) acima do TMRG.