Luís Montenegro, primeiro-ministro, garante que o Governo tem dialogado “sempre” com as oposições. O Governo “não pode obrigar oposições a materializar esse diálogo em convergência”, diz o primeiro-ministro, pedindo que “não se confunda isto com arrogância”, e deixou a garantia: “mesmo que não haja convergência nós vamos governar”.
“Não gosto de ter razão antes do tempo e não gosto de estar a colher frutos, na campanha eleitoral só um candidato assumiu que governaria se ganhasse as eleições e esse candidato é hoje primeiro-ministro e disse que queria que fosse assim para estar legitimado a decidir em nome da vontade popular. É isso que estamos a fazer”, declarou.
Em declarações aos jornalistas, transmitidas pela CNN Portugal, Montenegro disse que a crítica do PS pelo Governo ter optado por avançar no Parlamento com medidas através de autorizações legislativas e não com propostas de lei é “uma visão excessivamente tecnocrata da política. Não é o essencial. O essencial é dar resposta às pessoas e isso é governar e é responsabilidade do Governo”.
“Acha mesmo que os portugueses querem saber se é autorização legislativa ou proposta de lei?. Eu pergunto se é nisto que se concentram agentes políticos, se é eu desejo-lhes boa sorte nessa tarefa. Porque a minha é diferente. A minha é resolver os problemas das pessoas”, questionou.
O Governo fez chegar ao Parlamento três pedidos para autorizações legislativas relativamente ao IMT Jovem (já aprovada), fim da contribuição para o alojamento local, e IRS Jovem. A oposição tem criticado o facto de ser através desta figura que o Governo quer fazer as mudanças legislativas que não permitem aos partidos no Parlamento fazer propostas de alteração.
Ao seu lado na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, estava Marcelo Rebelo de Sousa que explicou a coincidência de estarem os dois por não ter sido possível visitar a feira antes por causa de 10 de junho e porque depois irá viajar novamente à Suíça para a cimeira de paz. Já o primeiro-ministro também não tinha agenda para visitar a feira noutra ocasião.
Marcelo Rebelo de Sousa, confrontado com as declarações de Eduardo Cabrita de que o Presidente é um dos principais responsáveis da instabilidade política, disse nem entender a pergunta: “Depois dos votos dos portuguesas nas eleições legislativas e europeias quiseram dizer o contrário, quiseram dizer estabilidade”.