A demonstração das capacidades das “asas que protegem” diariamente as pessoas, é o objetivo das comemorações dos 72 anos da Força Aérea Portuguesa (FAP) em Portimão, disse esta sexta-feira à Lusa o Chefe do Estado-Maior daquele ramo militar.

Portimão foi a cidade escolhida este ano para assinalar o aniversário da Força Aérea, entre 19 de junho e 7 de julho, com um programa de atividades que inclui batismos de voo, demonstrações de busca e salvamento, exposições, concertos e uma cerimónia militar em 6 de julho.

“Com a deslocalização das comemorações pretendemos levar a Força Aérea ao país e mostrar um pouco da nossa missão diária, no qual salvamos duas a três vidas por dia”, disse à o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea.

Em declarações à Lusa no final da apresentação do programa oficial da efeméride, que decorreu em Portimão, no distrito de Faro, o general João Cartaxo Alves, assinalou “a importância diária” daquela força militar em operações de vigilância marítima no território continental, deteção de atividades suspeitas e na busca e salvamento”.

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“A Força Aérea tem a missão de defender a República e garantir a sua soberania, principalmente ao nível da integridade e defesa do nosso espaço aéreo, mas cujas ‘asas’ se prolongam por todo o país em outras missões”, destacou.

João Cartaxo Alves recordou o papel que a FAP teve “na retirada de pessoas e de animais aquando das cheias do rio Tejo há alguns anos, numa missão de preservar vidas e bens”.

“Tudo isto espelha bem, o que digo regularmente, são ‘as asas que protegem as pessoas‘”, sublinhou.

O Chefe do Estado-Maior daquele ramo militar disse ainda que embora a força portuguesa “esteja melhor” que algumas das suas congéneres europeias, atualmente uma força aérea tem de ser vista no dia-a-dia”.

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“A modernização dos seus equipamentos, as necessidades operacionais e os requisitos que são obrigatórios para determinadas aeronaves têm de ser constantes, porque no final de cada missão há que ver o que aconteceu e o que há a melhorar”, notou.

Segundo João Cartaxo Alves, a FAP tem “plataformas para voar muitos mais anos, mas outras, como o caso dos caças F-16 que têm 30 anos”, dependendo a sua modernização para os F-35 “de uma decisão que é política”.

A Força Aérea voará com quilo que o país possa dar e a decisão que for tomada politicamente” concluiu.

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Na cerimónia da divulgação do programa dos 72 anos da FAP foi também apresentado livro “Voar para Salvar”, que apresenta a atividade desenvolvida em 2023.

“São 1.457 missões, 5.032 horas de voo, com um total de 799 pessoas apoiadas nos vários domínios”, disse à Lusa o tenente-coronel Rui Veloso Rocha, chefe de relações públicas e comunicação da FAP.

A obra com 160 páginas e elaborada por aquele gabinete “traduz o orgulho e o espírito de missão, pretendendo deixar e mostrar o registo diário das operações”, referiu.

Queremos perpetuar a nossa missão, até porque, as pessoas salvas reveem-se neste livro”, concluiu.

Na cidade algarvia a efeméride que assinala os 72 anos da FAP, criada em 1 de julho de 1952, contará com diversos eventos desde explicações sobre as missões, atividades desportivas, concertos e exposições, exibições aéreas.