Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, considera que António Costa é o “melhor posicionado” para a presidência do Conselho Europeu e que o mais “natural” é que este cargo venha mesmo a ser ocupado pelo ex-primeiro ministro de Portugal, declarou em entrevista ao jornal El Español.

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Em resposta à pergunta sobre quem poderá ser o próximo presidente do Conselho Europeu, Durão Barroso admitiu que “é natural que, se o primeiro cargo, o da Comissão, é para um popular, por ser a força mais representativa, o segundo cargo, o do Conselho Europeu, seja para os socialistas, que ficaram em segundo lugar nas votações”. E em concreto por António Costa. Barroso não hesitou que lhe parece “normal” que Costa seja o próximo presidente do Conselho Europeu.

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Quem está melhor posicionado é António Costa. Porque tem muita experiência, é muito considerado dentro do seu partido, e há um grande consenso. Penso que o normal é que seja o próximo presidente do Conselho Europeu”, concluiu.

Sobre a hipótese de Pedro Sánchez, o ex-presidente da Comissão Europeia — cargo que ocupou durante 10 anos, desde 2004 até 2014 — disse que “não via” o atual líder do executivo espanhol a ocupar o cargo. “Em primeiro lugar, porque não apresentou uma candidatura“, explicou Barroso.

“E depois, porque o nome de António Costa é o mais consensual, dentro e fora da família socialista. Estou em contacto com todos os níveis de diferentes governos europeus e participei no Congresso do Partido Popular Europeu em Bucareste. Claro: António Costa não faz parte da nossa família política“, garantiu, acrescentando que, no entanto, “em Portugal, temos a tradição de nos apoiarmos“. Durão Barroso lembrou o apoio de António Costa, então eurodeputado, aquando da sua candidatura à presidência da Comissão Europeia; e ainda o apoio que garantiu a António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU.

Quando eu estava na Comissão Europeia, António Costa pertencia ao Parlamento Europeu e apoiou-me. Procurando mais apoios socialistas. Eu apoiei António Guterres para a sua candidatura a secretário-geral da ONU e pedi aos chefes de governo do PPE que o apoiassem apesar de ser socialista.” exemplificou.

Quando questionado sobre a promessa de Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia] de criar um comissário de defesa, Barroso considerou que a proposta parece-lhe “mais de campanha” já que “na política exterior e de defesa quem tem o papel principal não é a Comissão, mas sim o Conselho Europeu” e explicou ainda que caso seja criado um posto de comissário de defesa, o seu trabalho deve ser “complementar” ao dos governos dos Estados membro e o trabalho do alto representante da política externa da União Europeia, atualmente ocupado pelo espanhol Josep Borrell.