O ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa irá estar de portas abertas, na quinta-feira, para divulgar a eventuais candidatos as 500 vagas de doutoramentos que vai abrir no próximo ano letivo.

Nesse dia, a unidade de Investigação e Desenvolvimento daquele estabelecimento de ensino superior irá também distinguir 10 teses produzidas em Portugal e na China, sob orientação dos seus docentes, que tiveram, nos últimos anos, maior visibilidade pública e se destacaram pelo grande impacto na sociedade.

A unidade de Conhecimento e Inovação do ISCTE concentra mais de mil investigadores e centenas de projetos científicos nas suas oito unidades de investigação, três laboratórios associados, três laboratórios colaborativos, um Polo de Inovação Digital e um Centro de Valorização e Transferência de Tecnologias, entre outras valências.

“O objetivo [do dia aberto] é justamente divulgar aos potenciais candidatos, jovens e menos jovens, profissionais, aquilo que são oportunidades de formação avançada fornecidas pelo ISCTE nas mais variadas áreas”, disse à agência Lusa Maria de Lurdes Rodrigues, reitora daquela instituição universitária.

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Contando com uma grande variedade de cursos de doutoramento em áreas diversas — da gestão, economia e finanças, à antropologia e sociologia, passando pelas políticas públicas e tecnologias digitais, entre outros — a reitora notou que o ISCTE possui “uma percentagem muito elevada” de estudantes de doutoramento na relação com estudantes de outros níveis de ensino, licenciaturas e mestrados.

Atualmente no segundo mandato de quatro anos, a reitora, antiga ministra da Educação, foi a primeira mulher a liderar o ISCTE, onde é professora universitária desde meados da década de 1980 e onde cumpriu a licenciatura e um doutoramento em Sociologia.

“Hoje, o entendimento que fazemos é que a formação doutoral serve para uma iniciação à investigação, para formar jovens investigadores, e tem uma enorme importância na formação de profissionais, que, em alguns casos, atingem pontos bastante elevados da sua carreira profissional. E o doutoramento é uma forma de concluir o trabalho de muitos anos, num contexto de reflexão teórica, metodológica (…) e pareceu-nos muito importante abrir as portas e, sobretudo, fazer algo que há dois ou três anos não fazemos, que é o reconhecimento público dos doutorados que concluíram com êxito os seus cursos”, argumentou Maria de Lurdes Rodrigues.

“Por causa da pandemia, durante dois anos, não fizemos a atribuição dos diplomas, e vamos agora celebrar com os mais de 300 alunos que terminaram, nestes últimos anos, os seus doutoramentos”, acrescentou.

Numa época em que as próprias instituições universitárias e as perspetivas de carreira incentivam a mobilidade dos estudantes, para outras escolas e realidades, seja em Portugal ou no estrangeiro, (ao contrário do que sucedia há umas décadas, quando não existiam cursos de doutoramento e o acesso às fontes de informação era muito mais limitado e os doutorados formavam-se mais tarde e em mais tempo do que agora — a própria Maria de Lurdes Rodrigues, doutorada em 1996, revelou ter passado um mês em Londres e outro em Paris “só para recolher informação e bibliografia”), o ISCTE possui uma grande fatia de alunos de doutoramento de outros países, como o Brasil ou a China, que a reitora estimou em mais de 30% do total.