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O ministro da Educação, Ciência e Inovação defendeu nesta quinta-feira que é preciso “reduzir” as taxas de abandono escolar após o primeiro ano de licenciatura e adotar mecanismos para que os alunos com “desempenho menos bom possam recuperar”.

O abandono escolar, aliás, a eficiência do ensino superior como um todo, é um enorme desafio que temos pela frente”, argumentou nesta quinta-feira à agência Lusa o ministro Fernando Alexandre, à margem de uma reunião em Évora.

Este “problema” está “identificado há muito tempo” e já existem “muitas instituições que estão a introduzir mecanismos de identificação precoce que sinalizam o possível insucesso dos alunos logo à entrada“.

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Abandono voltou a subir no ensino superior público e continua mais alto nos politécnicos

Mas, defendeu, é necessário “olhar com muita atenção” para este tema do abandono escolar no ensino superior, após o primeiro ano de licenciatura.

“Quando temos 11% de insucesso, quer dizer que cerca de um décimo do investimento que foi feito pelas famílias e pelo Estado, não se perdeu na totalidade, mas em grande medida perdeu-se, porque foi um primeiro ano falhado”, argumentou.

Até porque, continuou, “o insucesso no primeiro ano não é o insucesso académico, mas é um desafio recuperar esses alunos para um trajeto académico de sucesso”.

O abandono escolar após o primeiro ano de licenciatura voltou a aumentar nas instituições de ensino superior públicas, fixando-se em 11,73%, segundo dados divulgados hoje no portal Infocursos.

Os dados mostram a situação após um ano dos alunos que entraram no ensino superior em 2021/2022 e confirmam a tendência de aumento do abandono no ensino superior público.

Em 2022/2023, 11,73% dos “caloiros” do ano anterior já não se encontravam em nenhuma instituição do ensino superior, mais 0,13 pontos percentuais face ao ano letivo 2021/2022.

Para este aumento contribuíram sobretudo os institutos politécnicos, onde a taxa de abandono após o primeiro ano passou de 13,26% para 13,88%.

Em contrapartida, as universidades conseguiram remar contra essa maré e houve, no ano passado, menos alunos a desistir: 9,39% em relação aos 9,83% registados em 2021/2022.

Questionado pela Lusa sobre estes indicadores, após uma reunião no Auditório da Direção de Serviços da Região do Alentejo da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE), o ministro da Educação considerou que “uma parte do problema” relacionado com o abandono escolar “começa com a escolha do curso”.

Esta escolha, “muitas vezes”, revela-se “como não sendo aquela que, de facto, os alunos esperavam”, precisou, sustentando que “outra parte” do problema “tem a ver com os alunos deslocados”.

“Sabemos que os alunos que vão viver para uma zona diferente da residência dos pais têm sempre mais dificuldade de adaptação, ou seja, os dados mostram que os alunos que vivem perto da residência têm mais sucesso escolar”, pelo que “a própria integração na instituição também tem que ser melhorada”, defendeu.