As ondas de calor como a que atingiu os Estados Unidos, o México e a América Central entre o final de maio e o início de junho vão tornar-se 35 vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas, conclui um estudo esta quinta-feira divulgado.

O relatório de especialistas da World Weather Attribution (WWA) refere que as temperaturas extremas atingidas durante este episódio em maio e junho nestas regiões têm agora quatro vezes mais probabilidade de se repetir no clima atual do que há 25 anos.

A WWA, que avalia regularmente a ligação entre eventos climáticos extremos em todo o mundo e as alterações climáticas, acrescenta que as ondas de calor sempre aconteceram, mas as alterações climáticas, causadas por mais de um século de queima de carvão, petróleo e gás, estão a torná-las mais intensas e frequentes.

O calor mata mais do que furacões ou inundações em todo o mundo.

As temperaturas bateram recordes de calor no México desde março, causando a morte de pelo menos 125 pessoas.

“Ainda não sabemos ao certo como aconteceram as mortes, mas foram causadas pelo calor”, sublinha.

Para estes especialistas, a utilização continuada de combustíveis fósseis e, portanto, de emissões de gases com efeito de estufa, irá expor milhões de pessoas a ondas de calor perigosas no futuro.

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Maio de 2024 foi o mês de maio mais quente já registado em todo o mundo, tornando-se o 12.º mês consecutivo a quebrar o seu próprio recorde, de acordo com o Observatório Europeu Copernicus.

Ondas de calor em Portugal fizeram aumentar internamentos diários em 18,9%

A Grécia está a braços com a primeira onda de calor do ano, o que nunca ocorreu tão cedo em junho.

A Índia experimenta temperaturas escaldantes na estação quente, mas este ano as ondas de calor foram excecionais, com recordes de temperatura.

E na Arábia Saudita, mais de 900 mortes foram registadas durante a grande peregrinação anual muçulmana dos últimos dias, a maioria delas devido à onda de calor.

Número de mortos sobe para 577 durante a maior peregrinação muçulmana

Os especialistas da WWA analisaram os cinco dias consecutivos e as cinco noites mais quentes do período “extremos de calor” que atingiu o sudoeste dos Estados Unidos, México, Guatemala, Belize, El Salvador e Honduras, no final de maio e início de junho.