Astrónomos observaram pela primeira vez as “companheiras” de oito estrelas luminosas na Via Láctea, com uma técnica que abre caminho para o registo de planetas que orbitam próximo das suas estrelas hospedeiras.

Graças à combinação de dados do telescópio espacial Gaia da Agência Espacial Europeia, que divulgou na quinta-feira os resultados do trabalho científico, e de um instrumento do telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul, no Chile, os astrónomos conseguiram detetar corpos celestes perto de estrelas brilhantes.

O interferómetro Gravity do telescópio VLT captou o sinal luminoso de oito “companheiras” de estrelas, sete das quais desconhecidas: três dessas “companheiras” são estrelas muito pequenas e débeis e cinco são anãs castanhas— conhecidas também como “estrelas falhadas”, uma vez que são corpos celestes que oscilam entre os planetas e as estrelas, tendo mais massa do que os planetas mais pesados e sendo mais débeis do que as estrelas mais fracas.

Uma das anãs castanhas observadas encontra-se em torno da sua estrela hospedeira à mesma distância que separa a Terra do Sol.

Segundo os astrónomos, foi a primeira vez que uma anã castanha foi captada tão próximo da sua estrela hospedeira.

Perante os resultados obtidos, e descritos num artigo publicado na quinta-feira na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics, os astrónomos pretendem usar a combinação de dados do telescópio espacial Gaia e do interferómetro Gravity para rastrear possíveis planetas “companheiros” de estrelas.

O telescópio Gaia tem como missão mapear milhares de milhões de estrelas da Via Láctea, enquanto o interferómetro Gravity do telescópio VLT capta pequenos detalhes em corpos ténues.

A Via Láctea é a galáxia onde se situa o Sistema Solar, de que faz parte a Terra.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR