Há efectivamente uma relação entre o Tourbillon, a denominação do sucessor do Bugatti Chiron, e os mais complexos mecanismos do mundo da relojoaria, os denominados turbilhões, que só as melhores empresas suíças conseguem produzir com rigor e mestria. E foi bem em frente ao condutor que a Bugatti colocou o seu “turbilhão”, em forma de um painel de instrumentos que está sempre visível, para máxima eficiência e legibilidade.
Certamente depois de se preocupar em conceber uma mecânica que superasse o 8.0 W16, o que conseguiu com um 8.3 V16, ajudado por três motores eléctricos com 340 cv cada, o construtor francês projectou um painel de instrumentos particularmente completo e sempre visível, uma vez que está fixo à coluna de direcção e ao centro do volante. Este é cónico e pode ser girado para um lado ou para o outro sem que o que quer que seja obstrua a visão para o velocímetro (até aos 550 km/h), conta-rotações (até às 10.000 rpm) e o indicador da potência fornecida pelo V16 atmosférico, calibrado até aos 1001 cv. Isto para além dos indicadores da temperatura da água e do óleo, e dos níveis de combustível e da carga da bateria deste híbrido plug-in.
O curioso é que, a par de toda a sofisticação deste painel de instrumentos, ele é um excelente exemplo da relojoaria suíça, recorrendo a mais de 600 peças para funcionar na perfeição. Mas, apesar de tudo isto, pesa somente 680 g. Para que todo este puzzle funcione com rigor, os engenheiros da Bugatti conceberam um sistema que tem de trabalhar com tolerâncias entre 5 e 50 mícrons. E porque alguns clientes da Bugatti exigem potência e capacidade de aceleração, mas têm igualmente uma fixação por jóias e tudo o que brilhe, o construtor francês espalhou pelos diferentes mostradores do painel vários rubis e safiras.