Habitantes de Avis (Portalegre) vão manifestar-se, a 3 de julho, em frente ao hospital de Portalegre, contra o que alegam ser a falta de médicos nos serviços de saúde daquele concelho, anunciou esta segunda-feira o município.

O protesto, agendado para as 10h30 de dia 3 de julho, é promovido pela Câmara de Avis e juntas de freguesia daquele concelho do distrito de Portalegre.

Em declarações à agência Lusa, Inês Fonseca, vereadora do município, explicou que os utentes, a maior parte idosos e sem médico de família, chegam a esperar “dois meses” por uma consulta no centro de saúde e nas extensões de saúde do concelho.

“As pessoas têm de ir cedíssimo para o centro de saúde e, às vezes, estão dois meses para conseguir uma consulta”, frisou.

A maioria dos utentes “não tem médico de família por causa das alterações que houve, as reformas de alguns médicos” e o facto de “outros terem ido embora”, disse.

A autarca alertou que a população “anda um bocado sem saber o que fazer”, recordando que esta situação arrasta-se há muitos anos.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, a câmara argumentou que, passados cerca de seis meses de um protesto realizado junto ao Centro de Saúde de Avis, que “mobilizou centenas de pessoas”, os problemas com os serviços de saúde locais “permanecem sem alterações”, o que deixa a população “sem cuidados de saúde essenciais”.

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A falta de médicos continua a ser o “maior problema” e, segundo a autarquia, existe nesta altura “apenas um médico efetivo a meio termo e dois em regime de prestação de serviços”, um dos quais tem estado de licença ao longo dos últimos meses.

“A população do concelho de Avis necessita de soluções urgentes no acesso aos cuidados de saúde”, reivindicou a câmara.

O acesso a estes cuidados está comprometido “quer pelo deficiente funcionamento do Centro de Saúde de Avis, quer pela falta de atendimento das populações nas extensões nas freguesias”, pode ler-se.

Estas valências, “sem recursos humanos suficientes, não prestam o serviço que deveriam, ou simplesmente, continuam encerradas”, criticou o município.

Nas declarações à Lusa, a vereadora Inês Fonseca disse esperar que a manifestação agendada para Portalegre, no próximo dia 3 de julho, venha a “colher frutos” e faça com que “alguém ouça” as preocupações dos munícipes.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo, Ilídio Pinto Cardoso, explicou que aquela entidade “está a fazer tudo” para resolver todas as situações no distrito de Portalegre, apesar das “dificuldades com que se depara” para captar médicos para o território.