A Comissão Europeia considera que a Microsoft está a violar as regras europeias da concorrência com a junção da plataforma de colaboração Teams, muito usada por empresas, aos pacotes de aplicações de produtividade Office 365 e Microsoft 365, onde estão programas como o Word ou Excel.

Nas conclusões preliminares, divulgadas esta terça-feira, a Comissão realça que a tecnológica norte-americana “é dominante em todo o mundo no mercado das aplicações de produtividade SaaS [software como serviço] no uso profissional”. Nesse sentido, Bruxelas levanta preocupações sobre como a posição dominante da tecnológica estará a “limitar a concorrência no mercado dos produtos de comunicação e colaboração, defendendo a sua posição de mercado no software de produtividade (…)”.

Em particular, revela a Comissão, há dúvidas sobre como a combinação do Teams ao Office 365 e Microsoft 365 “poderá ter dado uma vantagem de distribuição” à companhia.

Em comunicado, Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia que tem a pasta da concorrência, nota que, “caso se confirme [a alegada vantagem], a conduta da Microsoft seria ilegal no âmbito das nossas regras da concorrência”. Agora, a “Microsoft tem a oportunidade de responder às preocupações”, nota.

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Esta análise da Comissão Europeia foi iniciada em julho de 2023, após uma queixa formalizada pela plataforma de colaboração Slack, uma concorrente do Teams da Microsoft. A Comissão Europeia recebeu também uma segunda queixa no mesmo sentido, apresentada pela empresa de sistemas de videoconferência Alfaview.

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A Comissão já fez chegar estas conclusões preliminares à Microsoft, que poderá agora exercer o seu direito de defesa. No ano passado, a empresa já fez algumas mudanças à forma de distribuição do Teams para responder às preocupações europeias, nomeadamente ao oferecer alguns pacotes sem a integração da plataforma de colaboração.

Se se concluir que a Microsoft teve efetivamente uma vantagem de negócio em relação às rivais, a empresa enfrenta uma multa que poderá chegar até 10% do volume de negócios anual global. Também fica em aberto a possibilidade de Bruxelas exigir remédios à empresa com o intuito de garantir que a infração deixa de ser cometida no território europeu.