O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou esta quinta-feira que o financiamento proveniente de fundos comunitários é “uma oportunidade ímpar de atacar o problema” da pobreza e exclusão social, que, defendeu, não se resolve com assistencialismo ou caridade.

Na sessão de boas-vindas do encontro das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, Rui Moreira destacou o papel dos fundos comunitários para “atacar o problema da pobreza e exclusão” a nível metropolitano.

“Um problema que não se resolve nem com assistencialismo, nem com caridade. Resolve-se, sim, com políticas ativas de inclusão social“, considerou o autarca, no encontro que decorre no Super Bock Arena — Pavilhão Rosa Mota.

Para Rui Moreira, são necessárias políticas nas áreas da mobilidade social, formação, capacitação, acesso a habitação, serviços públicos, empreendedorismo, criatividade, promoção de estilos de vida saudáveis, combate à infoexclusão e desenvolvimento de competências digitais.

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Considerando a pobreza e exclusão social “fenómenos complexos e multidimensionais”, Rui Moreira defendeu que a sua resolução exige uma “abordagem ponderada”, desempenhando os municípios “um papel absolutamente central” nessa matéria.

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O autarca do Porto disse ainda concordar com o presidente da Câmara de Lisboa “quando este defende um estado social local”.

“O fenómeno da pobreza e da exclusão social tem ramificações e consequências que extravasam as fronteiras entre concelhos vizinhos”, referiu, dizendo que cabe aos municípios definir estratégias que conciliem interesses e projetos na área da coesão social.

Rui Moreira defendeu, no entanto, serem necessárias “mais competências e recursos financeiros provenientes do Estado” para que os municípios sejam “efetivos na proteção dos mais vulneráveis”.

Lembrando que as áreas metropolitanas escondem “os maiores fenómenos de exclusão”, do abandono escolar à violência doméstica e integração de migrantes, Rui Moreira disse esperar que o encontro sirva para “perceber melhor o retrato do país escondido que nos deve envergonhar e, ao envergonhar, nos deve motivar”.

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto reuniram-se esta quinta-feira para discutir e apresentar o trabalho desenvolvido nos seus 35 municípios para as comunidades desfavorecidas, ao abrigo das respostas sociais do Plano de Recuperação e Resiliência.