O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou esta sexta-feira que o país tem uma “determinação inabalável” para combater a insurgência armada que tem vindo a afetar, desde 2017, a província de Cabo Delgado, norte do país.

Mesmo com a retirada da missão militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique, a ser concluída a 15 de julho, a nossa determinação no combate ao terrorismo mantém-se inabalável”, afirmou Filipe Nyusi, dirigindo-se aos deputados do parlamento zambiano, no quadro da visita de trabalho àquele país vizinho de Moçambique.

Filipe Nyusi disse que Moçambique está consciente da “responsabilidade primária” de defender o território nacional e destacou avanços das forças governamentais que combatem os insurgentes em Cabo Delgado.

“O combate contra o terrorismo em Cabo Delgado regista avanços significativos. As nossas forças, com apoio das forças locais e com as forças da SADC e do Ruanda, têm estado a destruir as bases dos terroristas, colocando fora de combate os seus cabecilhas e operativos”, declarou o chefe de Estado moçambicano.

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Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

A população de outros distritos da província tem relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.

O Presidente de Moçambique afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com “praticamente todas” as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a “andar no mato”.

A visita de Filipe Nyusi à Zâmbia, que faz fronteira com Moçambique através da província de Tete (centro), visa reforçar a cooperação entre os países, com destaque para os setores portuários, turismo e energia, estando prevista a assinatura de diversos memorandos.