Os trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), aprovaram, por unanimidade, uma moção onde exigem uma revisão salarial não inferior a 8%, tendo mandatado os sindicatos para discutir novas formas de luta.
De acordo com a Comissão de Trabalhadores (CT), cerca de 400 trabalhadores estiveram esta sexta-feira reunidos em plenário, entre as 9h30 e as 13h00, para discutir a atualização remuneratória da tabela base de 2024, as alterações ao Sistema de Evolução Profissional (SEP) e o cumprimento do Acordo de Empresa.
Em declarações à Lusa, João Paulo Silva, coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da STCP, explicou que os trabalhadores consideram insuficiente a atualização salarial efetuada pela administração da STCP — 2% em janeiro e 4,7% em abril — defendendo que o aumento não pode ser inferior a 8%.
Os trabalhadores exigem ainda que as alterações ao Sistema de Evolução Profissional “se façam em nome da funcionalidade do sistema, sem que agravem os parâmetros de avaliação ou se ponham em causa automatismos vigentes”.
Reclamam ainda o “respeito integral” dos acordos de empresa, “sem alterações interpretativas nomeadamente: faltas justificativas; agente único e assistência na doença”.
“Demos até 4 de julho para que a empresa responda a estes três pontos, caso não responda, os sindicatos estão mandatados para que, querendo, ir para a luta, avançando à partida com uma greve de 24 horas”, adiantou João Paulo Silva.
Devido à realização do plenário geral de trabalhadores, a operação da STCP, entre as 9h15 e 13h45 esteve condicionada aos serviços mínimos, correspondendo a cerca de 20% das viagens previstas nas linhas 200, 201, 204, 205, 207, 208, 305, 500, 502, 600, 602, 701, 702, 704, 801, 901/906, 903 e 907.
“Devido a uma greve, a empresa achou que tinha de se manter os serviços mínimos e os trabalhadores que estavam a cumprir os serviços mínimos não puderam participar no plenário. A CT entende que isso é ilegal e discriminatório”, afirmou o coordenador da CT.
Na quarta-feira, em comunicado, a STCP garantia que todas as viagens com partida até às 9h15 seriam asseguradas, mas admitia que, a partir dessa hora, podiam verificar-se perturbações tanto nos autocarros como no elétrico.
O serviço seria retomado progressivamente a normalidade a partir das 13h45, acrescentava à data, lamentando os inconvenientes que possam resultar da perturbação do serviço.