A Volkswagen AG investiu 5000 milhões de dólares na Rivian, o que resolveu os actuais problemas financeiros deste jovem construtor de veículos eléctricos, a quem todos reconhecem potencial, mas que enfrenta dores de crescimento. Simultaneamente, a VW e a Rivian acordaram formar uma joint venture para desenvolver plataformas para futuros modelos de ambos os construtores e o software necessário para que tudo funcione na perfeição.

Com dificuldades em produzir a desejada quantidade da pick-up R1T e o novo SUV R1S, bem como a necessidade de lançar os seus próximos modelos, os R2 e R3, que também poderão ser comercializados na Europa, esta injecção de capital dará um boost à Rivian. A startup, que é muito respeitada nos EUA, tem uma fábrica construída e a funcionar na Georgia, mas acusa uma reduzida experiência no que respeita à produção, o que explica as dificuldades que tem enfrentado.

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O Grupo Volkswagen, o maior construtor europeu e um dos dois maiores do mundo, continua a tentar fazer evoluir os seus veículos eléctricos. Para o conseguir, realizou um acordo com a Rimac há três anos, para aceder à tecnologia dos sistemas eléctricos a 800V (em vez dos habituais a 400V), transmissões de duas velocidades para EV e sistemas de gestão de energia para veículos desportivos com mais de 600 cv, soluções de que beneficiou a Porsche (com o Taycan), mas também os futuros modelos eléctricos da Audi, Bentley e Lamborghini. E para este acordo ir para a frente, o grupo alemão foi mesmo ao ponto de “oferecer” a Bugatti à Rimac, apesar da primeira ter todos os seus Chiron vendidos à partida e a segunda sentir muitas dificuldades em se livrar de uma consideravelmente menor quantidade do seu Nevera.

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O novo acordo com a Rivian visa tecnologia a ser utilizada por veículos mais funcionais e acessíveis — logo, construídos em maior escala — que construtores como a Volkswagen poderão comercializar na Europa, mas igualmente nos EUA. A base para estes futuros modelos será a plataforma SDV (software-defined vehicle) dos americanos, sobre a qual a Rivian irá produzir os R2 e R3, com a VW eventualmente a prever conceber os sucessores dos actuais ID. Em cima da mesa está igualmente o software, uma dificuldade que o Grupo VW ainda não conseguiu resolver por completo e que agora pretende ultrapassar recorrendo aos seus novos parceiros, que integraram o sistema da Google, o Android Automotive.

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O CEO da Rivian, RJ Scaringe, enfatizou o facto de a startup, “desde o início”, se ter focado no “desenvolvimento de novas tecnologias altamente diferenciadas”, o que os deixa “agradados por serem distinguidos por um dos maiores e mais respeitados fabricantes mundiais”. Salienta Scaringe que esta associação com o Grupo VW irá permitir levar o software e as plataformas da marca a uma “clientela muito mais vasta”.

“A parceria com a VW encaixa-se na perfeição com o nosso plano de produção de veículos e a gama que temos planeada”, acrescentou o CEO da Rivian. Já o seu homólogo à frente do Grupo VW, Oliver Blume, destaca que esta cooperação vai “permitir trazer para o mercados melhores soluções, de forma mais rápida e mais barata”.