Depois da derrota contra a Geórgia e antes dos oitavos de final contra a Eslovénia, calhou a Bruno Fernandes fazer a antevisão de um jogo onde Portugal terá de dar uma resposta forte à escorregadela da semana passada e garantir o apuramento para a fase seguinte do Euro 2024.
O médio do Manchester United foi o jogador escolhido para a conferência de imprensa deste domingo em Marienfeld, antes da viagem para Frankfurt, e deixou a estratégia da Seleção Nacional para os oitavos de final. “Tivemos a possibilidade de defrontá-los num particular [em março] e não vencemos, mas foi importante para agora termos algumas ideias do que podemos fazer. Vamos ter de ser pacientes porque sabemos que defendem com um bloco baixo, são muito agressivos, fortes fisicamente. Temos de tentar ao máximo cansá-los com bola, fazê-los correr, porque sabemos que também são muito bons no contra-ataque e os avançados combinam muito bem. O mais importante para nós será fazer o melhor das nossas valências para podermos ter um bom resultado, tentando ao máximo dar o menor espaço possível”, começou por dizer.
Bruno Fernandes reconheceu que Portugal tem tido alguma dificuldade na hora de enfrentar equipas que defendem com um bloco baixo, algo que foi notório contra a República Checa e a Geórgia, e garantiu não existem metas mínimas como as meias-finais ou até a final. “O objetivo mínimo é ganhar todos os jogos e isso significa ir até à final e ganhá-la. Não há mínimos para nós. Vamos olhar jogo a jogo e só assim conseguimos chegar ao objetivo final. Nenhuma seleção vem para aqui a pensar que quer ir embora mais cedo, Portugal muito menos. Temos noção das nossas qualidades e queremos chegar o mais longe possível, à final”, atirou.
Depois de lembrar que Portugal não pode “recear” nenhuma seleção, sendo que tem de “respeitar” todas, o médio português reiterou a ideia de que será necessário ter “paciência com bola” contra a Eslovénia. “Cansando a Eslovénia e tendo bola, estamos mais perto de fazer golo. É difícil entrar quando os blocos são baixos e quando as equipas defendem bem. A Eslovénia também defendeu muito bem contra nós no outro jogo, mas temos de encontrar soluções que nos levem ao sucesso”, sublinhou.
Mais à frente, Bruno Fernandes abordou o facto de Roberto Martínez mudar frequentemente de sistema tático, entre três centrais e uma linha defensiva de quatro elementos, e explicou que “a ideia é a mesma”. “Já estamos com ele há muito tempo, já usámos vários sistemas, mas a ideia é a mesma, não muda muito. Toda a gente na Seleção está habituada a jogar a um nível muito alto, mas isso é bom porque também muda a maneira como os adversários olham para nós, podem preparar-se de uma maneira e nós aparecemos de outra. Até agora, toda a gente está a fazer muito bem o que o mister tem pedido, mesmo que o sistema vá mudando de jogo para jogo ou até dentro do mesmo jogo”, indicou o internacional português.
De um ponto de vista mais pessoal, o médio do Manchester United explicou como consegue manter os índices competitivos depois de uma temporada muito exigente na Premier League. “Descansar, muitas sonecas durante a tarde… Gosto de estar sempre a competir. Falei muitas vezes com o nosso staff, perguntam muitas vezes qual a maneira de encontrarmos um balanço. Se eu puder competir de três em três dias, melhor ainda. Sinto-me mais preparado para os jogos, preparado mentalmente para as dificuldades. É a minha paixão e amor pelo jogo que me fazem estar preparado e pronto para, a qualquer altura, poder representar a Seleção ou o clube”, terminou.
Pouco depois de Bruno Fernandes aparecer na sala de imprensa, também Roberto Martínez realizou uma breve antevisão ao jogo de segunda-feira contra a Eslovénia, sublinhando que o encontro será diferente do particular de março, que não perdeu confiança dentro do balneário e que será necessário ter a paciência de que o médio português já tinha falado instantes antes.
“É uma equipa que gosta de jogar sem bola e nós precisamos de defender bem. Há momentos-chave que são muito rápidos. Eles não precisam de muitos toques ou posse para criar perigo. Sesko e Sporar têm um remate fácil, se marcarem o jogo torna-se mais difícil. Depois é utilizar as nossas ligações, controlar o momento, os sentimentos, desfrutar, mostrar o talento individual. É aí que somos fortes. Mas claro, sempre com a ideia de que a Eslovénia é muito forte defensivamente e precisamos de ter paciência. Não podemos querer marcar golos sem jogar bem. E quando digo jogar bem, é manter a baliza a zeros”, disse o selecionador nacional.