O primeiro-ministro polaco alertou nesta segunda-feira para “um grande perigo” para a França e para a Europa, após os resultados da primeira volta das eleições legislativas francesas, advertindo para o aumento da direita radical na Europa e da influência russa.

“Isto está a começar a parecer um grande perigo. Não só os resultados da primeira volta das eleições francesas, mas também as informações sobre a influência russa e os serviços russos em muitos partidos radicais de direita na Europa“, disse Donald Tusk aos jornalistas.

União Nacional na frente com 33,15% e Renascença em queda. Os resultados de uma noite histórica com a maior afluência das últimas décadas

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na votação realizada no domingo, que contou com uma elevada taxa de participação (66,71%), o partido de extrema-direita União Nacional (RN, do original francês Rassemblement National) obteve 33% dos votos, contra cerca de 28% da Nova Frente Popular (coligação de esquerda) e de 21% do bloco presidencial de Emmanuel Macron.

Também nesta segunda-feira, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, garantiu que Moscovo está a seguir “muito atentamente” as eleições francesas, tendo como pano de fundo o facto de a extrema-direita francesa, acusada de ser próxima da Rússia, ter vencido a primeira volta.

“Estamos à espera da segunda volta, mas as preferências dos eleitores franceses são mais ou menos claras para nós”, acrescentou Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Outros responsáveis russos situaram os resultados em França num contexto mais vasto, mencionando as próximas eleições legislativas no Reino Unido (na próxima quinta-feira) e a votação presidencial nos Estados Unidos em novembro próximo. Londres e Washington são os principais aliados da Ucrânia, país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.

“Na semana passada, vimos [o Presidente Joe] Biden perder o debate [para Donald Trump]. E, agora, o partido de Macron perdeu ao ficar em terceiro lugar”, afirmou o presidente da Duma (câmara baixa do parlamento russo), Vyacheslav Volodin.

“Os chefes de Estado no poder sofrem derrotas devastadoras”, considerou.

A segunda volta das eleições legislativas francesas está marcada para o próximo domingo, dia 7 de julho.