Na terça-feira, os procuradores de Manhattan afirmaram que estavam a “investigar ativamente” outras alegações de agressão sexual contra o reconhecido ex-produtor de cinema Harvey Weinstein, envolvido num dos casos mais mediáticos do movimento #MeToo, antes de um novo julgamento que deverá começar em novembro.
Nicole Blumberg, procuradora-adjunta do Ministério Público, disse ao tribunal de Manhattan que estão a ser identificadas novas alegações de violação e agressão sexual contra Weinstein, que tinham ocorrido dentro do prazo de não prescrição do processo, revela o The New York Times. “Em 2020, havia mulheres que não estavam prontas para prosseguir com um acusação formal”, disse. “Algumas dessas mulheres estão agora prontas para continuar”, acrescentou.
Este não será o primeiro, nem o segundo julgamento a envolver Weinstein em acusações de crimes sexuais. Acusado de má conduta sexual por mais de 100 mulheres, foi condenado por agredir duas delas. Em fevereiro de 2023 foi condenado a 16 anos de prisão, que acumulou com a anterior pena de 23 anos, acusado de violar uma mulher em Los Angeles.
A condenação de 2020 foi anulada em abril, depois de o tribunal de recurso de Nova Iorque ter considerado que o juiz que presidiu ao caso tinha cometido um erro ao permitir que os procuradores chamassem como testemunhas uma série de mulheres que disseram que o antigo produtor de Hollywood as agrediu.
O advogado do ex-produtor, Arthur Aidala, acusa os procuradores de adotarem medidas dilatórias, e quer que o julgamento aconteça o mais depressa possível, invocando o débil estado de saúde de Weinsten: “Ele está a sofrer imenso”, disse Aidala, acrescentando que Weinstein sofre de degeneração macular, “líquido nos pulmões” e diabetes que está “a subir em flecha” devido à má alimentação atrás das grades. O seu cliente não estará a receber o devido tratamento, adianta.
Harvey Weinstein está detido no complexo prisional de Rikers Island, em Nova Iorque, enquanto aguarda pelo novo julgamento.