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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu esta quarta-feira a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica em caso de cessar-fogo no atual conflito, para evitar futuras agressões da Rússia.

“Se houver agora um novo cessar-fogo, um novo acordo, temos que estar 100% seguros de que [a Rússia] se detém ali, independentemente de onde estiver essa linha”, indicou Stoltenberg durante o Fórum Público paralelo à Cimeira da NATO, esta quarta-feira no segundo de três dias em Washington DC.

“Por isso, acredito firmemente que, quando os combates cessarem, temos que garantir que a Ucrânia tenha as capacidades para dissuadir futuras agressões da Rússia e mecanismos de segurança”, acrescentou o político norueguês.

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Para Stoltenberg, “é claro que a melhor garantia de segurança seria o artigo 5” do Tratado do Atlântico Norte sobre a defesa coletiva, ‘pedra angular’ em que se baseia a Aliança.

“Acho que a maneira de garantir que [a Rússia] se detém é a adesão NATO”, reiterou.

“Temos que garantir que [um cessar-fogo] realmente é o fim [do conflito] porque assistimos a um padrão de agressão” de Moscovo contra seu vizinho desde a anexação da Crimeia em 2014.

A partir desse momento, a Rússia foi tomando “pedaços da Ucrânia”, destacou na cimeira em que se celebra o 75.º aniversário da NATO.

A NATO reuniu esta quarta-feira em Washington o Conselho do Atlântico Norte, principal organismo de decisão política dos aliados.

Stoltenberg afirmou também que serão tomarão “decisões importantes para o futuro”, com mais apoio à Ucrânia e relações mais estreitas com os parceiros do Pacífico.

Na sua última cimeira antes de dar o lugar a Mark Rutte, Stoltenberg espera que os líderes cheguem a acordo sobre uma “ponte sólida para a entrada da Ucrânia na Aliança” através de um novo pacote de apoio baseado em cinco pontos fundamentais.

Em primeiro lugar, a NATO coordenará a ajuda militar internacional à Ucrânia e os esforços para treinar as suas tropas.

Espera-se também que os aliados concordem com um compromisso de longo prazo de financiamento de armamento para a Ucrânia, de cerca de 40 mil milhões de euros anuais, e façam novos anúncios de apoio militar imediato, incluindo defesa aérea.

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Na terça-feira, os Estados Unidos, a Alemanha e a Roménia comprometeram-se em enviar três baterias Patriot adicionais para a Ucrânia, enquanto os Países Baixos e outros parceiros doarão componentes Patriot para permitir o funcionamento de outra bateria antiaérea e a Itália doará um sistema SAMP-T.

Também no Fórum Público paralelo à Cimeira da NATO, Stoltenberg afirmou, em referência à guerra da Rússia na Ucrânia, que a China não pode manter uma relação “normal” com os países da Aliança enquanto “aviva a guerra na Europa”.

“Acredito firmemente que, se a China continuar assim, não pode ter uma relação normal com os aliados da NATO e continuar a reavivar a guerra na Europa, que constitui a maior ameaça à segurança desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou.

Enquanto o Irão e a Coreia do Norte fornecem armas e munições à Rússia na campanha contra a Ucrânia, “a China é o principal habilitador (russo) pelo fornecimento de equipamentos, microeletrónica, tudo o que a Rússia precisa para construir mísseis” e outras armas, adiantou.

O secretário-geral da NATO sublinhou que não foi identificado o fornecimento direto chinês de armas à Rússia para o conflito.

“Temos que levar a China a sério”, defendeu, ressaltando que estão a trabalhar com os parceiros do Indo-Pacífico “para ver o que é possível fazer” diante dos desafios que a China coloca.

A cimeira na capital norte-americana assinala os 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, sigla em inglês), na mesma cidade onde, em 1949, doze países – incluindo Portugal – assinaram este tratado para assegurar a sua defesa coletiva.

Portugal está representado na cimeira da NATO, que se realiza até quinta-feira em Washington, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e pelo ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.